Canas OnLine

31/10/2008

À 3 anos foi assim...

Partes de uma entrevista dada pela Dr. Curandeira ao JN a 14 de
Outubro de 2005.

Entrevista completa aqui

Ao JN - "Não enganei a população de Canas de Senhorim"À frente da coligação PSD/CDS destronou os socialistas há 16 anos no poder. Defende a integridade de Nelas. Admirou José Correia. O autarca que, em nome do PS, governou, durante 16 anos, a Câmara de Nelas. Foi sua amiga, médica e, em 1997, foi eleita vereadora nas suas listas. Três anos depois, bateu com a porta. Razões a "radicalização" de posições contra Canas de Senhorim e a "humilhação" a que eram sujeitas as oposições. Isaura Pedro regressou, domingo, à ribalta política, ao conquistar para a coligação PSD/CDS a presidência daquela autarquia. Sem promessas. Mas com o compromisso de manter íntegro o concelho de Nelas.

Decisivos foram os votos de Canas de Senhorim...

Provavelmente. Foi o contributo de Canas de Senhorim, Carvalhal Redondo, Aguieira, Senhorim... Não digo que Canas ganhou e Nelas perdeu como já ouvi da oposição. O concelho tem nove freguesias. A coligação obteve 3200 votos de oito delas e de Canas vieram 700. É uma freguesia igual às outras. Tive sempre muito boas relações com os seus habitantes, inclusive Luís Pinheiro, por via dos protocolos da área da saúde assinados com a escola a que pertence.

Houve algum acordo pré-eleitoral com o Movimento de Restauração do Concelho de Canas de Senhorim?

O PSD e CDS tinham votado, há dois anos, um projecto de elevação de Canas a concelho. Como sou contra a divisão de Nelas, o abandono desse projecto foi uma das condições que impus para me candidatar. E que foi aceite. Em relação ao movimento, nunca houve qualquer acordo. Penso que a vontade das pessoas de mudar o presidente [José Correia] gerou uma dinâmica tão grande que contagiou o próprio movimento.

Um dos seus compromissos é preservar a integridade de delas. Como irá compaginar esse propósito com a luta de Canas de Senhorim pela elevação a concelho?

Respeito os seus ideais, mas não concordo com eles. Uma coisa é certa a mensagem que passei é que sou contra a divisão do concelho. As pessoas leram a minha mensagem e votaram. Não enganei a população de Canas de Senhorim.

Vai reunir com Luís Pinheiro?

Por que não?!

Prioridades de acção?

Dinamizar a indústria em Nelas e Canas, requalificar o ambiente (temos nove ETAR que não funcionam e o passivo das minas da Urgeiriça) e instalar centros de dia nas freguesias.

Foto BC # 9

Viagem Medieval 2005_Mendigo
foto Joaquim Fonseca



A "Melhor Foto da BC" pretende eleger a melhor fotografia divulgada na blogosfera canense. Até 31 de Dezembro serão apresentadas as fotos seleccionadas, as quais, durante o mês de Janeiro de 2009, serão votadas pelos leitores/visitantes do blogue. Veja as fotos entretanto nomeadas aqui

Foto BC #8


Carnaval de Canas 2008
foto Norberto Peixoto



A "Melhor Foto da BC" pretende eleger a melhor fotografia divulgada na blogosfera canense. Até 31 de Dezembro serão apresentadas as fotos seleccionadas, as quais, durante o mês de Janeiro de 2009, serão votadas pelos leitores/visitantes do blogue. Veja as fotos entretanto nomeadas aqui

Canas (S) Em Festa!

Não sei quem é a Senhora Celeste Nunes. Para o caso também não interessa. Apenas interessa as palavras sentidas e sábias de quem já viveu belos momentos na sua terra. Momentos que têm tendência a desaparecerem.
Tomei a liberdade de transcrever na integra um artigo de opinião colocado por esta senhora no Jornal de Canas de Senhorim. Porque as palavras inteligentes vindas do pensamento do ser humano devem ser (ainda mais) divulgadas.

Nasci em Canas de Senhorim, e embora tenha saído muito cedo para Coimbra, todas as minhas férias eram passadas aqui e desde que a minha memória o permite recordo-me com saudade e alguma nostalgia, até porque todas estas lembranças me trazem ao pensamento a minha mãe, pelo seu envolvimento e pelas histórias que me contava, de todas as festas que aconteciam na nossa terra e que traziam à mesma gente do espectáculo e forasteiros.
Saudosas Festas da Vila! Importantes Festas de Santa Bárbara e do S. Pedro, na Urgeiriça, com as famosas gincanas que tanto nos divertiam! Brilhantes teatros apresentados pelo grupo cénico “Os Canenses”, que tinha por ensaiador o fabuloso Manuel Pereira da Rosa! Carnavais onde sobressaia a simplicidade dos trajes, a beleza dos carros alegóricos e primavam pelo despique salutar onde o importante era a brincadeira e a originalidade do mesmo!
A tradição Pascal! A família reunida, todas as portas abertas com a verdura a dar as boas vindas ao “Senhor”. Era a roupa nova, era a visita a casa dos padrinhos para recolher o folar, era a partilha!

Mas infelizmente os tempos mudam, e para pior. Já nem as festas escapam á crise. Mas acima de tudo é uma crise de valores, pois o comodismo apoderou-se das pessoas, e, se eu posso ir á festa vizinha sem ter trabalho nenhum, para que hei-de eu incomodar-me a participar e organizar uma festa?

Num passado não muito longínquo a entrega pessoal era a chave para o sucesso de tudo o que se organizava, mas certo também que a pouca adesão e participação da comunidade desmotiva e dá para pensar se valerá a pena o esforço de meia dúzia de pessoas que fazem tudo para não deixar cair as tradições da nossa terra.

Este ano a festa em honra de Nossa Senhora das Dores ficou marcada pela Eucaristia e pela procissão que generosamente duas ou três pessoas organizaram, pois os mordomos eleitos não tiveram disponibilidade para o fazer.
Agora pergunto:
Não sentiram falta da quermesse?
Não sentiram falta da tasquinha dos comes e bebes?
Não sentiram falta do rancho, do teatro ou da tuna?
Principalmente não sentiram falta do convívio e da união entre todos e pela devoção a Nossa Senhora das Dores?
E o vazio que se criou também pelas receitas que se perderam e poderiam beneficiar a Paróquia e algumas pessoas mais carenciadas?


Aos Mordomos eleitos para 2009 e todas as pessoas que se mobilizam para ajudar, eu dou as boas vindas, pessoalmente fico grata por poder usufruir de alguns momentos agradáveis e simples que são o pilar da alma e ajudam a fortalecer a mesma contra as agruras da vida!

Por Canas de Senhorim e Com Canas de Senhorim, sempre!

Celeste Nunes

In: Jornal de Canas de Senhorim nº 119
24 de Outubro de 2008

Fotos ba...Canas

Lembram-se da casa que há pouco tempo caiu parcialmente? Tenham cuidado, falta cair o resto….
*****
Se fosse o meu nome ainda vá que não vá… agora estes SENHORES mereciam mais respeito… não me venham dizer que tem que ser o Governo a compor…
*****
Nada de saudosismos… apenas para ficar no arquivo das memórias desportivas, antes de serem destruídos.





30/10/2008

Ranking das Escolas

Saiu hoje na comunicação social o ranking das escolas do país. Apesar de não ter feito uma leitura profunda do documento foi com grande desilusão e preocupação que vi os resultados deste ano da Escola EB 2,3/S Eng. Dionísio Augusto Cunha ou não fosse uma descida de 242 lugares em relação ao ano passado e com uma média quase negativa (10.13). Escolas como a do Carregal do Sal, Mangualde e de Viseu todas em posições muito superiores à nossa... E já lá vai o tempo em que eramos a primeira escola do distrito de Viseu, e das melhores escolas públicas do país.

Apesar de tudo ainda se tem melhor educação em Canas do que do outro lado da ponte seca...

Porque nem tudo está bem

O acesso ao quartel dos Bombeiros de Canas continua em terra batida. Agora, com as chuvas, o piso vai concerteza ficar enlameado, dificultando a saída das viaturas dos Bombeiros.
Ficará assim tão caro compor esta rua?
Não será uma necessidade para toda a comunidade que este tipo de acessos estejam em boas condições? Merecerão os Bombeiros tal esquecimento?

29/10/2008

Eles Comem Tudo (do nosso prato e do deles...)


Reclamar é preciso

por Portuga Suave

Despegar. Gosto desta palavra. Sempre a ouvi aqui por Canas, desde os mineiros que despegavam ao toque da sirene aos operários fabris que despegavam do turno da meia-noite. É uma palavra proletária sem dúvida. Não se despega da escola ou do escritório, mas despega-se da fábrica, da oficina ou da mina. (...)
Os canenses voltam sempre mais pobres quando despegam. O produto do seu trabalho enriquece outras terras, outras gentes, outros concelhos, e Canas, fora desse circuito empresarial perde investimento, perde os serviços, perde o comércio, perde estruturas sociais, perde a alegria, perde a paciência…Não vislumbro qualquer inversão na política centralizadora conduzida nas últimas décadas pelo executivo camarário. A confirmá-lo está a suspensão do PDM e a elaboração de um Plano de Pormenor (PP) de maneira a alargar a zona industrial de Asnelas, em detrimento da agrícola, e permitir assim integrar novas empresas na sede do município. No entanto, criar condições em Canas para aliciar possíveis empresários, isso fica para as calendas gregas… “tem que ser feito passo a passo”, afirmou a presidente. Perante isto, é fundamental que os canenses continuem a reclamar, que peguem na bandeira e não despeguem da luta

Freguesia de Canas de Senhorim (informação)




28/10/2008

Últimas Notícias sobre a Destruição da "Villa Romana" do Fojo


Aos interessados:


De acordo com informações obtidas junto do IPA foi hoje realizada vistoria ao local, por este instituto e pela Câmara Municipal de Nelas para averiguarem sobre o estado de conservação dos sítios arqueológicos do Fojo 1 e 2.


Da vistoria resultou a conclusão de que são visíveis materiais arqueológicos (de período romano) nas terras resultantes da abertura de um arruamento. A dimensão e natureza dos contextos afectados vão ser alvo de uma acção de diagnóstico, por uma equipa de técnicos especializados, cujos custos serão imputados ao dono da obra.


Informou também o IPA que ficou acordado que qualquer acção de loteamento no local deverá recolher o parecer prévio daquele instituto, o que de forma inexplicável e inusitada não aconteceu....

27/10/2008

A Bárbara destruição da Vila Romana do Fojo







A destruição da "Villa" Romana do Fojo já não é uma mera suspeita, é um facto irrefutável. Até quando silenciaremos este esbulho da nossa história colectiva ? Temos muitas razões para nos sentirmos mais pobres. Defender HOJE este património é responsabilidade de todos, mas em particular dos poderes politicos locais.



25/10/2008

Registo Fotográfico do desrespeito protagonizado pela CMN ao espólio arqueológico de Canas de Senhorim




Fotos de: efeneto
Património: zonas, edifícios e outros bens naturais ou materiais de determinado país que são protegidos e valorizados pela sua importância cultural!

Marcas da Luta

(clique nas fotos para ampliar)



24/10/2008

Mudança da Hora

No próximo dia 26, os relógios atrasam uma hora às 02:00 em Portugal continental, entrando-se na chamada Hora de Inverno, proporcionando mais uma hora de sono ou de trabalho, conforme o caso.
Nos Açores a mudança da hora ocorre às 01:00 locais (02:00 em Lisboa).

Crime contra o património?




Crime de destruição de vestígios
Quem, por inobservância de disposições legais ou regulamentares ou providências limitativas decretadas em conformidade com a presente lei, destruir vestígios, bens ou outros indícios arqueológicos é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa até 360 dias
.”

(artigo 103 da Lei de Bases do Património Cultural)



Os muito oportunos posts publicados neste blogue (ver este e mais este) só podem ter um efeito perturbador em qualquer pessoa de bem, seja, ou não, letrado em história e arqueologia.
No momento presente os índicios são muito graves. Gravíssimos. Graves o suficiente para que as forças vivas da terra questionem, em alto e bom som, o que afinal se está a passar. Quando foi licenciada a obra? No licenciamento acautelou-se a preservação do sítio arqueológico? Se sim que tal demonstrar factualmente estas cautelas?
Não quero para já lançar um anátema sobre ninguém, mas quem dirige a Câmara Municipal pode e deve dar explicações conclusivas. Quem não a dirige, e protesta contra o dirigismo alheio, também não pode deixar de se manifestar.
Confesso-vos que gostaria de ouvir, a viva voz, quem se pudesse pronunciar sobre o “estrago” (e felizmente em Canas existem conhecedores profundos do local e do tema).
Em termos objectivos o sítio arqueológico do Fojo é um bem cultural inventariado, mas não classificado nem em processo de classificação. Ora, se esta “não classificação” porventura lhe confere menor protecção que outros locais, o mero inventário já configura uma forma de salvaguarda.
A Lei do património cultural refere expressamente que “Os bens provenientes da realização de trabalhos arqueológicos constituem património nacional, competindo ao Estado e às Regiões Autónomas proceder ao seu arquivo, conservação, gestão, valorização e divulgação através dos organismos vocacionados para o efeito, nos termos da lei”. Ainda de acordo com esta lei “Constituem particulares deveres da Administração Pública competente no domínio do licenciamento e autorização de operações urbanísticas certificar-se de que os trabalhos por si autorizados, que envolvam transformação de solos, revolvimento ou remoção de terreno no solo, subsolo ou nos meios subaquáticos, bem como a demolição ou modificação de construções, estão em conformidade com a legislação sobre a salvaguarda do património arqueológico”. Termino as citações legais com o elucidativo “No caso de grandes empreendimentos públicos ou privados que envolvam significativa transformação da topografia ou paisagem, bem como do leito ou subsolo de águas interiores ou territoriais, quaisquer intervenções arqueológicas necessárias deverão ser integralmente financiadas pelo respectivo promotor.”
Em suma, caso haja estragos estes só podem ter acontecido por absoluta ignorância de promotores e entidades licenciadoras. Faço figas para que o pior cenário não se confirme, e que os envolvidos tenham cumprido com as suas obrigações.
Da minha parte procurarei junto daqueles que têm responsabilidades na matéria obter informações mais detalhadas (se mas derem). Não deixarei de partilhar o resultado das diligências.

23/10/2008

Lutas "esquecidas"





22/10/2008

Quercus alerta para ritmo alucinante de suspensões parciais de Planos Directores Municipais

"A associação ambientalista Quercus alertou hoje para o "ritmo alucinante de suspensões parciais de Planos Directores Municipais (PDM)", tendo "encontrado" 27 suspensões desde Setembro de 2007 publicadas em Diário da República, oito delas na passada semana.
Em comunicado, a Quercus considera que estes números revelam o "quanto é inadequado o actual regime de gestão territorial" que, "em concreto", tem como objectivo "viabilizar a instalação ou ampliação de unidades ou zonas industrias e de projectos turísticos".
"Simples actos administrativos, como as suspensões de PDM ou desafectações à Reserva Ecológica ou à Reserva Agrícola Nacional, permitem transformar terrenos rurais em urbanos, valorizando-os em dezenas de vezes e permitindo elevados encaixes financeiros a alguns privados sem o desenvolvimento de qualquer actividade produtiva", afirma a Quercus.
A associação sublinha ainda que "a última alteração ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial refere, no seu preâmbulo, o objectivo de evitar o recurso sistemático à figura de suspensão do plano", algo que para a Quercus, não se traduz "na prática", contabilizando alterações desta natureza em 7,5 por cento dos municípios portugueses."

Isto a propósito da mastodôntica suspensão do PDM de Nelas para a criação de um mega parque industrial quando, a 5 Km a Zona Industrial da Ribeirinha continua urbanisticamente pronta para receber investimentos, mas o poder político local entende que o caminho mais difícil e especulativo é a via a seguir. Este é o retrato perfeito do desgoverno que nos governa.

“Retrato” de António Minhoto

[…] Começou a trabalhar muito cedo, foi a maior parte da vida um "trabalhador indiferenciado" - a expressão é sua - e é hoje um homem bem-sucedido com uma actividade absorvente […]

Reportagem em :Urgeiriça

A voz da juventude...

MSZone - O “amor à camisola” que antigamente existia, pensas que ainda existe no futebol actual?
Vasco Dias - Sim, hoje em dia, nos jogos pode não aparecer muita gente, mas os jogadores têm muito orgulho no seu clube (GDR de Canas de Senhorim), e até os adeptos.
Mas mais nos pequenos clubes, porque nos grandes clubes, os jogadores são profissionais, pensam sobretudo no dinheiro que recebem...

Toda a entrevista no seu : MSZone
E também em: Diário dos Infantis GDR

21/10/2008

Villa Romana do Fojo

Num post anterior foi referido que Canas de Senhorim está na iminência de perder uma importante zona de interesse arqueológico. Por me parecer evidente que o local referido é o abaixo designado e para que não haja dúvidas sobre a sua importância, transcrevo as referências que o Instituto Português de Arqueologia possui na sua base de dados relativamente a este património que é nosso.
Fojo 1

Designação: Fojo 1
Tipo de Sítio: Villa
Periodo/Notas: Romano ; Indeterminado
CNS: 12637
Topónimo: Fojo
Div. Administrativa: Viseu/Nelas/Canas de Senhorim
Classificação:
Descrição: Possível villa implantada em área plana, e onde são visíveis fragmentos de cerâmica de construção romana e cerâmica comum. Nos muros divisórios de propriedade sõ visíveis algumas pedras aparelhadas. Existe no local uma pequena lagareta circular.Espólio: Tégulas, imbrices, cerâmica comum muito desgastada.
Ref. Bibliográficas: Património arqueológico da vila e freguesia de Canas de Senhorim/Canas de Senhorim. História e Património/1996Contributo para o inventário arqueológico do concelho de Nelas. Freguesia de Canas de Senhorim/Beira Alta/1999
Trabalhos: Relocalização/Identificação/1998

Fojo 2

Designação: Fojo 2
Tipo de Sítio: Villa
Periodo/Notas: Romano
CNS: 12638
Topónimo: Fojo
Div. Administrativa: Viseu/Nelas/Canas de Senhorim
Classificação: -
Descrição: Villa romana onde é visível como testemunho estrutural uma soleira de porta inserida num dos muros divisórios de propriedade. No terreno, à superfície são visíveis materiais de construção romana, cerâmica comum e fina.
Espólio: Tegulae, imbrices, cerâmica comum (bordos , fundos, arranques de asa), vários fragmentos de sigillata hispânica tardia.
Ref. Bibliográficas: Património arqueológico da vila e freguesia de Canas de Senhorim/Canas de Senhorim. História e Património/1996
Contributo para o inventário arqueológico do concelho de Nelas. Freguesia de Canas de Senhorim/Beira Alta/1999
Trabalhos: Relocalização/Identificação/1998

Nota: Para pesquisar na BD do IPA aceda à página e no menu "Base de Dados - Endovélico" escolha "Pesquisa de Sítios Arquelógicos".

Casa da Raposeira

As coisas boas notam-se mais quando as más são em excesso. No meio das (muitas) coisas más encontrei esta coisa boa renascida do meio do nevoeiro. Ainda estamos à espera do D. Sebastião.. mas esta já renasceu…
Parabéns para quem acredita e faz renascer as coisas boas.



Memórias do “Pirolito”

Sporting Clube de Santar há 40 anos
(ainda não federado)Em cima da esquerda para a direita:
Mineiro – Tónio Pera – Manel Mena – Pina – Zé Juino e Aurélio Gabriel (gr)
Em baixo pela mesma ordem:
Fernando Madeira – João Pé Descalço – PIROLITO – Zé Pera – e ????? (o Pirolito não se lembra)

Recordações... das boas

Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos Anos 80_ Foto incluída na obra "História dos Fornos Eléctricos" _ Mestrado em História Contemporânea de Portugal, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra por DUARTE SAMPAIO LOIO_por FAC


De facto o empenho da Ana Mafalda em tirar do baú o que de mais importante marcou a nossa terra é perfeitamente conveniente. Esta recordação tem tanto de conveniente, recordando um marco histórico, como de “verdade inconveniente” ao estilo de AlGore. Recorde-se o fumo e as faúlhas que a todos os instantes entupiam as nossas caleiras, sujavam a roupa estendida nos cordéis e incomodava-nos a nós estudantes da “Escola Técnica”. Aquele fumo entrava-nos pela garganta dentro, principalmente em dias de chuva e de fumo baixo. E, até era giro (!!!!!!!), quando de noite ficávamos horas a olhar para as chaminés do forno 15 a jorrar lume com dois a três metros de altura.
De facto isto era o que de mais inconveniente existia. Completamente justificado com o emprego de mais de 600 pessoas directas e uma quantidade enorme de indirectos que traziam à nossa terra diariamente centenas de visitantes e de oportunidades de negócios. Quem não se lembra da azáfama às seis da tarde, quando se juntavam à mesma hora de saída os trabalhadores da CPFE, da ENU e os estudantes! Até o trânsito tinha que ser controlado pela GNR.
E tínhamos a “Cantina”, ali mesmo ao lado da escola, onde podíamos ir comprar os amendoins, as batatas fritas, as bolachas baunilha, as gasosas, para saborear bem refastelados na encosta do Campo da Raposeira e ao sol … e se não houvesse dinheiro, pedíamos ao “Sr. António da Cantina” para apontar na caderneta, que depois a mãe pagava…
Mas também nos proporcionava o CAT (cantina dos trabalhadores), onde aos Domingos podíamos fazer uns joguinhos de pingue-pongue, basquetebol (belos tempos com o João Pêga), matraquilhos, bilhar e ver televisão a preto e branco…
E tínhamos a Estação dos caminhos-de-ferro, Canas-Felgueira, que em dia de apanhar o Inter-Regional os cais se enchiam de multidões…
E, esperávamos ansiosos pelo Natal para recebermos a prenda da fábrica…Todos os anos era ofertado aos filhos dos trabalhadores um presente de Natal.
Enfim, recordações…das boas.



Comentário de Frankie no post CPFE

20/10/2008

Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos

Curiosamente não há em Canas uma única referência digna desse nome a essa grande Indústria que tirou Canas do anonimato rural a que estava condenada, que deu emprego a milhares de homens e também algumas mulheres, provenientes dos mais diversificados pontos de país, ... que colocou esta Terra no mapa, que fez desta Terra o maior e mais importante pólo industrial de todo o interior português durante décadas ( porventura o único )!




Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos apresenta as indústrias que introduziu em Portugal e que constituem o seu programa de fabricação:

Carbonato de Cálcio
Cianamida cálcica
Ferro-gusa em lingotes
Hetatite
Semi-Fosforoso
Fosforoso
Tipos Especiais
Ferro-ligas
Ferro-Silício
Silício-Metal
Ferro-Manganês
Silício-Manganês
Ligas Especiais

A Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos ( CPFE), sociedade anónima, fundada em 1917 em Portugal, orientou inicialmente a sua actividade, na indústria electroquímica, para permitir a utilização dos excedentes de energia das hidroeléctricas da Serra da Estrela.
Na primeira fase instalaram-se fornos monofásicos com uma potência global de 2 500 KVA para produção de carboneto de cálcio.
No entanto as limitações de abastecimento de energia eléctrica e a segunda guerra mundial restringiram o desenvolvimento da CPFE que somente depois de 1946 pode orientar-se para dois novos domínios: produção de cianamida cálcica e de ferro-ligas e gusas em forno eléctrico.
Após 1946 iniciou-se a fabricação de gama extensa de Ferro-ligas que inclui desde o ferro silício de 25%Si até ao de 90%Si e o silicío-metal, além das ligas de manganês ( ferro-manganês, silício manganês). Produz-se também tonelagem apreciável de gusas eléctricas, de composições correntes especiais.
Derivada da indústria do carboneto desenvolveu-se paralelamente a indústria da cianamida cálcica cuja fábrica atingia em 1958, a capacidade de produção de 20 000 toneladas/ano.
O conjunto alcançou, em 1958, uma potência de 20 000 KVA.


O conjunto fabril da CPFE em Canas de Senhorim ocupa a área de 200 000 m2 , da qual 20 000 m2 em edifícios, trabalhando nestas instalações 600 pessoas.
A posição da fábrica, situada no centro de Portugal, é favorecida sob o ponto de vista de transportes pois, limitada por um lado pela estrada nacional, dispõe ainda de ramais privativos ligados à rede ferroviária da Beira Alta.
A localização é boa, do ponto de vista de abastecimento de energia eléctrica, visto que as instalações fabris se encontram próximo de centrais que as alimentam, estando também ligadas directamente à rede eléctrica primária do País. A potência instalada nas subestações é de 27 000 KVA.
Junto à fábrica foram construídos, além do bairro residencial para pessoal dirigente e especializado, uma escola primária e profissional, campos de jogos, salão de festas e posto médico com enfermaria.

Cianamida Cálcica – Adubos Químicos

Fornos eléctricos descontínuos para fabrico de cianamida cálcica


É obtida em fornos descontínuos pela azotação do carbonato de cálcio.
Adubo azotado amídico, titulando 20,5% de azoto e 60% de cal, com as seguintes aplicações principais:
1 – Adubação de fundo de todas as culturas dos solos ácidos.
2 – Adubação de cobertura dos cereais praganosos com dupla finalidade de combater as plantas daninhas e fertilizar as culturas.
3 – Preparação de estrumes artificiais a partir de diversos materiais, tais como palhas, folhas, bagaços, etc.
Os Serviços Agronómicos sa CPFE fornecem todas as indicações que lhes forem pedidas sobre o modo de aplicação da cianamida nas diferentes culturas e nos diversos tipos de solo e regiões do País.


Ferro Gusa em Lingotes - Electometalurgia


-

Hematite

Semi-fosforoso

Fosforoso

C

3,5 – 4 %

3,5 – 4 %

3,5 – 4 %

Mn

0,7 – 1 %

0,7 – 1 %

0,5 - 0,7 – 1 %

P

0,08 % max

0,5 – 0,7 % max

1 – 1,3 % max

S

0,05 % max

0,05 % max

0,05 % max

Si

1,5 – 2 2 – 2,5 2,5 – 3%

3 – 3,5 3,5 – 4 %

2 . 2,5 2,5 – 3 %

3 – 3,5 3,5 – 4 %

2,5 – 3 % 3 – 3,5 %

Fabricado no forno eléctrico em diversos tipos normalizados.
Além das composições correntes indicadas no quadro acima, pode fornecer, de harmonia com as necessidades e especificação do cliente, outros tipos de gusa.
Dispondo de modernos laboratórios e gabinete de estudos, a CPFE está em constante evolução, orientando-se sobretudo para a fabricação de produtos que exigem técnicas mais especializadas.



Ferro Ligas
Produzido no forno eléctrico com estrutura e composição química de grande regularidade.

-

C

Si

Mn

P

S

Ferro-Manganês

6 – 7 %

1,5 % max.

76 – 80 %

0,35 % max

0,05 % max

Ferro-Silício

0,5 %

20 - 25 %

________

0,1 % max

0,07 % max

0,5 %

25 – 30 %

________

0,1 % max

0,07 % max

0,1 %

45 – 50 %

________

0,1 % max

0,05 % max

0,1 %

75 – 80 %

________

0,07 % max

0,05 % max

0,1 %

90 – 95 %

________

0,05 % max

0,05 % max

Além das composições indicadas – as mais correntes – a CPFE fabrica ferro-ligas com outras características, conforme aplicações específicas e desejo dos clientes.
A CPFE tem o domínio da fabricação de ferro-ligas, larga experiência e técnica bastante apurada que lhe permite apresentar produtos de alta qualidade.

Sangria de um forno


Carboneto de Cálcio - Electroquímica


O carboneto de cálcio foi o primeiro produto que a CPFE fabricou em forno eléctrico.
O mercado tem aumentado dadas as inúmeras aplicações industriais do carboneto (soldadura, corte, metalurgia, síntese química e iluminação).
Uma parte importante da produção no fabrico da cianamida cálcica a qual é obtida em fornos eléctricos descontínuos, com eléctodo central, onde o carboneto é azotado.
A CPFE produz carboneto de cálcio satisfazendo normas internacionais.
Assistência Técnica
A CPFE põe os seus meios laboratoriais e de investigação, ao serviço dos clientes para estudo de novos materiais e de técnicas de utilização, especialmente adaptadas ao emprego mais eficiente e económico dos produtos que fabrica.


Estes dados, fotos e texto foram compilados na íntegra, de um prospecto da antiga CPFE, trilingue( portugês, francês e inglês) com o intuito de a promover e dignificar junto de futuros clientes.
Surge, este documento, nos finais da década de 60 principios da década de 70, em pleno Estado Novo e na sua época aurea!

Aos seus antigos trabalhadores, aos que ainda estão connosco e aos que já partiram, às fuas famílias, aqui fica este registo em jeito de HOMENAGEM!

19/10/2008

Assassínio

Desde muito novo que tenho uma grande paixão. Nas voltas por Portugal que dava com os meus pais e padrinhos não havia terriola com um castelo que, ao passar, não fizesse birra para parar e ver. Podia ser só uma simples parede de pedras velhas, mas eu tinha mesmo que ir ver. Até aos meus 10 anos, quando me perguntavam o que eu queria ser eu respondia arqueólogo, a minha paixão por história era grande na altura.
Embora muita gente não saiba, no tempo dos romanos, Canas de Senhorim era um povoado importante pois por cá passava uma das maiores vias de comunicação da altura e, embora neste momento em Canas não haja vestígios dessa via (se nos deslocarmos a Póvoa Dão conseguimos ver a calçada romana dessa estrada), ainda existem muitos vestígios da civilização romana.
Neste momento uma obra de construção civil está a cometer o CRIME de DESTRUIR casas INTEIRAS para construir uma estrada e novos blocos de casas. Este local, que está devidamente catalogado e as autoridades têm conhecimento dele, NUNCA devia ter tido autorização de construção, mas sim, ter sido adquirido pelo município e aí ter nascido um local cultural e histórico do melhor que Canas tem para oferecer.
Em 20 minutos que estive no local, para além de algumas dezenas de telhas que foram retiradas, vi ser encontrado um pé de um recipiente lindíssimo e, quem sabe, que outros tesouros se encontram por lá.
Podia também falar do que foi destruído recentemente para a construção da estrada que liga o Casal à estrada que vai para a Aguieira, mas esse local tem sido destruído de há muitos anos para cá.
É a isto que chamam política? Ao destruir de um património histórico e cultural de valor incalculável? É muito difícil encontrar pontos romanos com tamanha diversidade, mas é tão fácil destruir e assassiná-los.

18/10/2008

Canadas

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Provavelmente estão na origem do nome de Canas de Senhorim. São uma forma de canalização de água, muitas vezes feitas de pedra mais ou menos aparelhada, outras vezes talhadas na rocha, ou apenas escavadas na terra e que serviam para fazer transvasar a água dos ribeiros e desviá-las para as zonas de cultura e para os pastos do gado, numa altura em que não existiam motores de rega para tirar água dos poços.
Em Canas encontram-se em muitos sítios e por vezes são ainda utilizadas para servir à sua velha função.
Deram origem, ao longo dos séculos a muitas histórias de partilhas de água, de mortes à sacholada, de questões de família. Usaram-se para dividir terrenos, para marcar estremas, às mulheres para lavar roupa ou as tripas do porco e às crianças para apanhar rãs.
Mª José M.Santos e Ana Mouraz, Jornal Canas de Senhorim, ed.Jul2005