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21/10/2008

Recordações... das boas

Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos Anos 80_ Foto incluída na obra "História dos Fornos Eléctricos" _ Mestrado em História Contemporânea de Portugal, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra por DUARTE SAMPAIO LOIO_por FAC


De facto o empenho da Ana Mafalda em tirar do baú o que de mais importante marcou a nossa terra é perfeitamente conveniente. Esta recordação tem tanto de conveniente, recordando um marco histórico, como de “verdade inconveniente” ao estilo de AlGore. Recorde-se o fumo e as faúlhas que a todos os instantes entupiam as nossas caleiras, sujavam a roupa estendida nos cordéis e incomodava-nos a nós estudantes da “Escola Técnica”. Aquele fumo entrava-nos pela garganta dentro, principalmente em dias de chuva e de fumo baixo. E, até era giro (!!!!!!!), quando de noite ficávamos horas a olhar para as chaminés do forno 15 a jorrar lume com dois a três metros de altura.
De facto isto era o que de mais inconveniente existia. Completamente justificado com o emprego de mais de 600 pessoas directas e uma quantidade enorme de indirectos que traziam à nossa terra diariamente centenas de visitantes e de oportunidades de negócios. Quem não se lembra da azáfama às seis da tarde, quando se juntavam à mesma hora de saída os trabalhadores da CPFE, da ENU e os estudantes! Até o trânsito tinha que ser controlado pela GNR.
E tínhamos a “Cantina”, ali mesmo ao lado da escola, onde podíamos ir comprar os amendoins, as batatas fritas, as bolachas baunilha, as gasosas, para saborear bem refastelados na encosta do Campo da Raposeira e ao sol … e se não houvesse dinheiro, pedíamos ao “Sr. António da Cantina” para apontar na caderneta, que depois a mãe pagava…
Mas também nos proporcionava o CAT (cantina dos trabalhadores), onde aos Domingos podíamos fazer uns joguinhos de pingue-pongue, basquetebol (belos tempos com o João Pêga), matraquilhos, bilhar e ver televisão a preto e branco…
E tínhamos a Estação dos caminhos-de-ferro, Canas-Felgueira, que em dia de apanhar o Inter-Regional os cais se enchiam de multidões…
E, esperávamos ansiosos pelo Natal para recebermos a prenda da fábrica…Todos os anos era ofertado aos filhos dos trabalhadores um presente de Natal.
Enfim, recordações…das boas.



Comentário de Frankie no post CPFE

20/10/2008

Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos

Curiosamente não há em Canas uma única referência digna desse nome a essa grande Indústria que tirou Canas do anonimato rural a que estava condenada, que deu emprego a milhares de homens e também algumas mulheres, provenientes dos mais diversificados pontos de país, ... que colocou esta Terra no mapa, que fez desta Terra o maior e mais importante pólo industrial de todo o interior português durante décadas ( porventura o único )!




Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos apresenta as indústrias que introduziu em Portugal e que constituem o seu programa de fabricação:

Carbonato de Cálcio
Cianamida cálcica
Ferro-gusa em lingotes
Hetatite
Semi-Fosforoso
Fosforoso
Tipos Especiais
Ferro-ligas
Ferro-Silício
Silício-Metal
Ferro-Manganês
Silício-Manganês
Ligas Especiais

A Companhia Portuguesa dos Fornos Eléctricos ( CPFE), sociedade anónima, fundada em 1917 em Portugal, orientou inicialmente a sua actividade, na indústria electroquímica, para permitir a utilização dos excedentes de energia das hidroeléctricas da Serra da Estrela.
Na primeira fase instalaram-se fornos monofásicos com uma potência global de 2 500 KVA para produção de carboneto de cálcio.
No entanto as limitações de abastecimento de energia eléctrica e a segunda guerra mundial restringiram o desenvolvimento da CPFE que somente depois de 1946 pode orientar-se para dois novos domínios: produção de cianamida cálcica e de ferro-ligas e gusas em forno eléctrico.
Após 1946 iniciou-se a fabricação de gama extensa de Ferro-ligas que inclui desde o ferro silício de 25%Si até ao de 90%Si e o silicío-metal, além das ligas de manganês ( ferro-manganês, silício manganês). Produz-se também tonelagem apreciável de gusas eléctricas, de composições correntes especiais.
Derivada da indústria do carboneto desenvolveu-se paralelamente a indústria da cianamida cálcica cuja fábrica atingia em 1958, a capacidade de produção de 20 000 toneladas/ano.
O conjunto alcançou, em 1958, uma potência de 20 000 KVA.


O conjunto fabril da CPFE em Canas de Senhorim ocupa a área de 200 000 m2 , da qual 20 000 m2 em edifícios, trabalhando nestas instalações 600 pessoas.
A posição da fábrica, situada no centro de Portugal, é favorecida sob o ponto de vista de transportes pois, limitada por um lado pela estrada nacional, dispõe ainda de ramais privativos ligados à rede ferroviária da Beira Alta.
A localização é boa, do ponto de vista de abastecimento de energia eléctrica, visto que as instalações fabris se encontram próximo de centrais que as alimentam, estando também ligadas directamente à rede eléctrica primária do País. A potência instalada nas subestações é de 27 000 KVA.
Junto à fábrica foram construídos, além do bairro residencial para pessoal dirigente e especializado, uma escola primária e profissional, campos de jogos, salão de festas e posto médico com enfermaria.

Cianamida Cálcica – Adubos Químicos

Fornos eléctricos descontínuos para fabrico de cianamida cálcica


É obtida em fornos descontínuos pela azotação do carbonato de cálcio.
Adubo azotado amídico, titulando 20,5% de azoto e 60% de cal, com as seguintes aplicações principais:
1 – Adubação de fundo de todas as culturas dos solos ácidos.
2 – Adubação de cobertura dos cereais praganosos com dupla finalidade de combater as plantas daninhas e fertilizar as culturas.
3 – Preparação de estrumes artificiais a partir de diversos materiais, tais como palhas, folhas, bagaços, etc.
Os Serviços Agronómicos sa CPFE fornecem todas as indicações que lhes forem pedidas sobre o modo de aplicação da cianamida nas diferentes culturas e nos diversos tipos de solo e regiões do País.


Ferro Gusa em Lingotes - Electometalurgia


-

Hematite

Semi-fosforoso

Fosforoso

C

3,5 – 4 %

3,5 – 4 %

3,5 – 4 %

Mn

0,7 – 1 %

0,7 – 1 %

0,5 - 0,7 – 1 %

P

0,08 % max

0,5 – 0,7 % max

1 – 1,3 % max

S

0,05 % max

0,05 % max

0,05 % max

Si

1,5 – 2 2 – 2,5 2,5 – 3%

3 – 3,5 3,5 – 4 %

2 . 2,5 2,5 – 3 %

3 – 3,5 3,5 – 4 %

2,5 – 3 % 3 – 3,5 %

Fabricado no forno eléctrico em diversos tipos normalizados.
Além das composições correntes indicadas no quadro acima, pode fornecer, de harmonia com as necessidades e especificação do cliente, outros tipos de gusa.
Dispondo de modernos laboratórios e gabinete de estudos, a CPFE está em constante evolução, orientando-se sobretudo para a fabricação de produtos que exigem técnicas mais especializadas.



Ferro Ligas
Produzido no forno eléctrico com estrutura e composição química de grande regularidade.

-

C

Si

Mn

P

S

Ferro-Manganês

6 – 7 %

1,5 % max.

76 – 80 %

0,35 % max

0,05 % max

Ferro-Silício

0,5 %

20 - 25 %

________

0,1 % max

0,07 % max

0,5 %

25 – 30 %

________

0,1 % max

0,07 % max

0,1 %

45 – 50 %

________

0,1 % max

0,05 % max

0,1 %

75 – 80 %

________

0,07 % max

0,05 % max

0,1 %

90 – 95 %

________

0,05 % max

0,05 % max

Além das composições indicadas – as mais correntes – a CPFE fabrica ferro-ligas com outras características, conforme aplicações específicas e desejo dos clientes.
A CPFE tem o domínio da fabricação de ferro-ligas, larga experiência e técnica bastante apurada que lhe permite apresentar produtos de alta qualidade.

Sangria de um forno


Carboneto de Cálcio - Electroquímica


O carboneto de cálcio foi o primeiro produto que a CPFE fabricou em forno eléctrico.
O mercado tem aumentado dadas as inúmeras aplicações industriais do carboneto (soldadura, corte, metalurgia, síntese química e iluminação).
Uma parte importante da produção no fabrico da cianamida cálcica a qual é obtida em fornos eléctricos descontínuos, com eléctodo central, onde o carboneto é azotado.
A CPFE produz carboneto de cálcio satisfazendo normas internacionais.
Assistência Técnica
A CPFE põe os seus meios laboratoriais e de investigação, ao serviço dos clientes para estudo de novos materiais e de técnicas de utilização, especialmente adaptadas ao emprego mais eficiente e económico dos produtos que fabrica.


Estes dados, fotos e texto foram compilados na íntegra, de um prospecto da antiga CPFE, trilingue( portugês, francês e inglês) com o intuito de a promover e dignificar junto de futuros clientes.
Surge, este documento, nos finais da década de 60 principios da década de 70, em pleno Estado Novo e na sua época aurea!

Aos seus antigos trabalhadores, aos que ainda estão connosco e aos que já partiram, às fuas famílias, aqui fica este registo em jeito de HOMENAGEM!

06/09/2008

Borgstena - Têxtil Portugal (VOLTOU O PESADELO)


Borgstena - Têxtil Portugal (VOLTOU O PESADELO)

A BORGSTENA ESTÁ EM CHAMAS

O pesadelo voltou a Canas e a mais de 300 Famílias. A Fábrica Têxtil Borgstena, na zona industrial de Canas, está em chamas. Estas duas fotos foram tiradas há cerca de 15 minutos a uma distância de mais ou menos 4km da fábrica.


26/08/2008

Memória comercial

Doc aonde é referenciada a SOCIEDADE DOS VINHOS DO DÃO (Instalações frente à estação da CP)

10/01/2008

Ribeira da Pantanha

Ribeira da Pantanha desde ontem que está coberta de espuma


Noticias e fotos e entrevista em :

Urgeiriça em peso

14/11/2007

Casa do Pessoal da Urgueiriça


24/06/2007

Memória Industrial

Edição Miranda e Irmão

15/06/2007

Post da Semana [IV]


"Vamos à casa do pessoal!?!..." A HISTÓRIA.

por efeneto


A Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça, fundada a 3 de Dezembro de 1951 pela então Companhia Portuguesa de Radium Lda, sendo o grande o grande impulsionador da sua fundação o Sr. Engenheiro James Ramsay, tem como objectivo estatuário o desenvolvimento físico intelectual dos seus associados, que eram todos os trabalhadores da CPR, criando-lhe condições de bem estar e recreação nas áreas Culturais, Sociais, Desportivas e Recreativas.

Cultural

Desde a sua fundação, os sócios dispõem de uma Biblioteca com obras e discos dos mais variados géneros. Funcionou um curso de formação social, na escola primaria para todos os trabalhadores que não sabiam ler e na década de 70 um curso de Inglês.

Cinema

De 1951 a 1992, foram exibidos filmes semanais, de qualidade, em película de 35mm.

Social
Durante vários anos, a Direcção tinha um fundo de assistência social que era concedido por doenças aos trabalhadores e familiares de empregados e operários, devidamente justificados. Apoiava os filhos dos trabalhadores, proporcionando durante 15 dias por ano, férias na Colónia Bissaya Barreto, na Figueira da Foz.
Foi responsável pelo funcionamento do Parque infantil que, com o apoio de uma auxiliar, mantinha o parque aberto das 9 ás 12h 2 das 14 ás 19h, sendo fornecido ao lanche um copo de banacau com quatro bolachas, duas torradas e duas de água e sal a todas as crianças. Durante alguns anos, a Casa do Pessoal teve a seu cargo a exploração da Cantina que servia os associados, de vários géneros de venda a retalho.


Teatro
O grupo de teatro desde 1952 tem levado á cena, no dia 3 de Dezembro, um espectáculo que inclui peças de teatro, récitas, música e teatro de revista. Participou nos ciclos de Teatro do Inatel.

Música
Funcionou uma escola de música; um rancho infantil com várias actuações, uma delas em Lisboa no Laboratório de Energia Nuclear; orfeão dirigido pelo Padre Domingos e um grupo musical “Urânios de Portugal” com muitas actuações.



Desporto
Participou vários anos no campeonato da FNAT depois do 25 de Abril no INATEL, onde foi campeão distrital, disputando várias fases finais a nível Nacional, nas modalidades de Futebol de 11, Andebol, Voleibol, Basquetebol, Ténis de Mesa, Pesca Desportiva e Atletismo (corrida e marcha).
Durante alguns anos com apoio de professores funcionaram classes de ginástica, de manutenção e rítmica.
Desde 1976 a 1991, a Casa de Pessoal organizou o seu grande prémio de marcha atlética que, além de ter sido pioneiro enquanto certame exclusivo de marcha, foi um estímulo para o aparecimento de outras organizações semelhantes em diferentes regiões de Portugal. Foi ao entusiasmo do nosso atleta Carlos Albano, que viria a fazer dele o motos do núcleo de praticantes e a torná-lo figura destacada da modalidade no nosso país, tendo sido membro da selecção nacional até finais da década de 80.



Recreativo
A Casa de Pessoal tem, como seu patrono S. Pedro, tendo na década 50/60 e parte de 70, realizado grandes festejos populares no parque infantil (ainda com frondosos pinheiros).
Realizou também matinés dançantes, com os “Urânios de Portugal” e bailes, sendo mais concorrido o baile de Santa Bárbara, no dia 4 de Dezembro.

"jogos"
São proporcionadas condições para a ocupação de tempos livres na prática de jogos de salão (damas, xadrez e sueca) e na leitura de jornais diários.



Bar
Tudo isto só foi possível devido às subversões da empresa (CPR, JEN e ENU) e à quotização dos seus associados e empenhamento dos mesmos, que tornou possível que se fizesse o campo de futebol, parque de jogos e ampliação da cave, sala de biblioteca, sala de leitura, sala de televisão e bar.



fotos: André Neto e Vera Lúcia

12/06/2007

Relógio Mineiro

Esta Ampulheta era usada pelos mineiros da Urgeiriça para marcar o tempo dos rastilhos e assim contolarem as explosões nas galerias da mina. É formada por uma peça de vidro estrangulada ao centro, tendo no interior areia vermelha. Para proteger o vidro tem uma armação em madeira e tem também uma protecção metálica de duplo cilindro com janela.
O intervalo de tempo que esta Ampulheta conta é de 90 segundos

28/05/2007

CUF

Publicidade no Boletim da Federação dos Grémios da Lavoura de Viseu e Guarda
FEVEREIRO 1955

26/05/2007

Faurecia nova unidade para Canas?

24/05/2007 - Vão nascer no concelho de Nelas mais 150 novos postos de trabalho. O anúncio foi feito pela Presidente da Câmara Municipal, que referiu que “após uma reunião realizada com membros da Administração Europeia do Grupo Faurecia, foi oficializado, hoje, a instalação de uma nova unidade industrial do grupo, na Zona Industrial de Nelas”. Isaura Pedro refere ainda que a criação destes novos empregos e a captação de novas empresas para o concelho “é o resultado de um esforço que tem sido desenvolvido nos últimos tempos”.
In Rádio Boa Nova

08/05/2007

Minas da Urgeiriça

Urânio em pó nas Minas da Urgeiriça

Na Mina da Urgeiriça, os portugueses extraíam rádio para as experiências e utilizações práticas que lhe davam os cientistas das primeiras décadas deste século. Portugal deitava fora, para o Atlântico, através do Mondego, o urânio que não servia para nada até à Guerra.
Em 1945, a bomba atómica tornou o minério importante, a era nuclear enriqueceu a Urgeiriça e a exploração do urânio fez-se intensivamente pelos métodos tradicionais. Hoje e desde 1962, processos químicos de extracção substituem, em parte, o trabalho de desmonte do filão, mas o urânio continua a dar dinheiro. Nem se sabe quanto!...

Descemos cerca de 500 metros em profundidade para assistir àquilo a que os técnicos nos acompanham chamam de «lixiviação in situ», o processo que permitiu, a partir de 1962, recuperar o urânio que não era rentável extrair pelos métodos normais utilizados na mina a partir do início da sua exploração (1912).
Uma corrente de água ácida dissolve o urânio que resta nas zonas já desmontadas pelos mineiros e naquelas que o não foram antes por não valer a pena o trabalho. A água, com ácido sulfúrico, permitiu já recuperar 160 toneladas de óxido de urânio, nesta mina. E só uma quinta parte foi tratada por este processo até ao momento.
Até 1962, os blocos do filão que pagavam o trabalho foram desmontados a martelo e tiro. Outros blocos, marginais, ficaram intactos, porque o seu teor de urânio era tão baixo que não compensavam. Com a invenção da lixiviação no local, a Empresa Nacional de Urânio vai recuperar minério nas zonas já desmontadas e extrair o que restou da anterior exploração.

Lá em baixo

O trabalho típico do mineiro é, assim, muito reduzido. O ácido faz quase tudo e os operários limitam-se a carregar a lama rica em urânio, bombeá-la para a superfície e, de quando em quando, desviar a água ácida dos seus caminhos preferenciais.
Também se executam alguns ataques ao filão pelos processos tradicionais, com o objectivo de fracturar a rocha nos blocos ainda não trabalhados. Mas a extracção do minério é deixada a cargo dos produtos químicos utilizados na estação de tratamento da empresa, à superfície.
Lá em baixo, as galerias estão quase desertas. No fundo do poço, aberto fora da zona mineralizada que é instável não está ninguém.
Caminhando, o visitante encontra uma escavadora que foi transportada peça por peça até aquele nível. O processo é lógico: no elevador não cabem mais de seis pessoas. A temperatura sobe um grau centígrado por cada 33 metros que descemos. Não se compara este calor ao gelo da superfície.
O licor rico em minerais é atirado para a superfície a uma altura manométrica de 450 metros por duas bombas, à razão de 40 metros cúbicos por hora. As caldeiras para tratamento deste licor têm uma capacidade muito maior, mas as bombas não suportam mandar mais material para o ar livre.
A água ácida corre em mangueiras com furos da aspersão a intervalos regulares e escorre dos níveis superiores para o último. Quando a lama sobe pelo poço de ventilação para a estação de tratamento, o urânio vai todo, explorado rentavelmente até às PPMs (Parcelas Por Milhão).

Cá em cima

Cá em cima começa a trabalhar a química. O minério inicia a sua vida em bruto. O seu calibre é reduzido na britagem, preparando-se a entrada dos calhaus no moinho.
Depois de pesado todo o material é feita uma amostragem que dá aos técnicos o teor de urânio existente em cada quilo de pedra extraída, quando sai do moinho, o material (terra estéril mais urânio) é uma lama fina da qual o ácido sulfúrico extrai o minério.
Quatro agitadores construídos em madeira (um dos produtos mais resistentes ao ácido-há ali um dos agitadores que tem 30 anos de contacto com o líquido corrosivo) tornam a polpa homogénea. Esta segue para decantadores gigantescos onde os sólidos (lama estéril) são separados dos líquidos (licor rico em urânio).
O licor é agora tratado com solventes.
Uma amina terciária dissolvida em querosene concentra o urânio existente no líquido. O concentrado de urânio aumenta de um grama por litro para 30 gramas e sofre, em seguida, um processo de precipitação em cubas de amónia. Está agora misturado com cloretos e sódio que é necessário eliminar para tornar o produto conforme com as normas internacionais dos compradores.
Num filtro de vácuo a mistura leva uma injecção de sulfato de amónio a 10 por cento que elimina o sódio. Depois é secado e reduzido a pó, a um pó amarelo: como uranato de amónio é vendido em barris para os Estados Unidos e França.

Céu aberto

A Empresa Nacional de Urânio (ENU) explora ainda, na região da Urgeiriça, dois outros jazigos, chamados da Quinta do Bispo e da Cunha Baixa, que «o diário» visitou.
A Quinta do Bispo está a ser explorada desde 1979 a céu aberto e possui cerca de 364 mil toneladas de minério rico.
Para o extrair , a ENU vai retirar deste local, escavando três milhões e meio de toneladas de terra.
Na Cunha Baixa, dão o braço os dois tipos de exploração: o céu aberto e a mina tradicional. Esta última foi abandonada em 1950 quando os minérios a tratar já tinham um teor de corte muito baixo, logo, não rentável.
Escavando, a partir do solo, a empresa de urânio foi encontrar novo filão e atingir o primeiro nível da velha mina. Os materiais extraídos são colocados ao ar livre e regados com a mesma água ácida, seguindo, depois, para a Urgeiriça, para a estação de tratamento químico.
Que fazer ao urânio é uma questão ainda por resolver. O governo português não possui uma política neste campo e a gerência da ENU não tem directrizes senão verbais. Vai vendendo urânio a preços de ocasião para se manter em funcionamento.
A cotação do produto, por seu lado, é hoje metade do que era há dois anos (45 dólares americanos por libra). O movimento anti-nuclear no Mundo contribuiu parcialmente para esta redução, bem como aumento da oferta de urânio, por países como a Austrália que está a extrair 180 quilos de uranato por tonelada de terra.


in jornal O Diário, 28 de Janeiro de 1983

07/05/2007

Urgeiriça







20/01/2007

CAT |anos 60|


Xico da Mata, Barata, Lapa (GR), Monteiro, Fernando Santos, Vasco , Ilídio,
Henrique Fernandes (GR) , Valdemar e Sousa.
Antº José, Costa Marques, Arlindo, Albertino, Cardoso, Felgueiras, Portugal e Palhinha.
CAT dos Fornos eléctricos no Campo da Urgeiriça _ Anos 60
galhardete + foto Amef

10/01/2007

Fornos Eléctricos de Canas de Senhorim

Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos Anos 80_ Foto incluída na obra "História dos Fornos Eléctricos" _ Mestrado em História Contemporânea de Portugal, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra por DUARTE SAMPAIO LOIO.
por FAC

09/01/2007

|14|


Construção do grande lago exterior para abastecimento (arrefecimento) dos fornos eléctricos, em frente ao Forno 14.
Documentos para o Arquivo Municipal Canas de Senhorim
por Fernando Andrade da Cunha

03/01/2007

CPFE

Instalações da Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos em Canas de Senhorim
Documentos para o Arquivo Municipal de Canas de Senhorim
por Fernando Andrade da Cunha

15/03/2006

O universal é o local sem paredes*

foto http://www.canasdesenhorim.com/Luis Miguel Pereira Rosa

(...)3.5 Processos identitários pessoais e colectivos
A identidade colectiva de Canas baseia-se num passado de pujança económica e de vivência operária. Como referiu o líder do Movimento numa reunião, «Nós [ a localidade de Canas de Senhorim] não somos agricultores ou camponeses. Trabalhava-se nas fábricas, com mais de mil trabalhadores. Temos uma mentalidade industrial e urbana. Não é rural como se vê à volta» (14 de Março de 2000). Esta realidade, que se manifestava no voto político de esquerda, num distrito considerado conservador, fez com que Canas fosse conhecida, segundo o relato de alguns entrevistados, como o Barreiro ou a Cuba das Beiras. Esta vivência operária e fabril, concretizada em lutas colectivas dos trabalhadores, disseminou uma cultura populista e radical, fortemente oposta às elites locais, acusadas muitaz vezes de terem apoiado, aquando das lutas liberais no século passado, a integração de Canas no concelho de Nelas.

José Manuel de Oliveira Mendes- Doutorado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na especialidade de Sociologia da Cultura, do Conhecimento e da Comunicação
Uma localidade da Beira em protesto: memória, populismo e democracia
*Miguel Torga
citado por JMOMendes
http://www.ces.fe.uc.pt/