Carta Aberta do Povo de Canas de Senhorim ao E.xº Sr. Pres. da República
Será que, a propósito ainda da sua visita a Nelas, e nesse enorme e divergente contexto de notícias, comentários e blogues subsequentes - na imprensa, na televisão, do chefe da Casa Civil da PR, do Prof. Marcelo, até ao director de Informação, Luís Marinho -, ainda valerá a pena dizer essa coisa que é a verdade?
Será que, nesta efabulação toda, nesta cenografia imensa de coisas aparatosas, próprias de um Estado policial desde o absoluto secretismo a propósito de uma visita a um pacato concelho do país, até à patética fuga da sua comitiva presidencial por caminhos fazendeiros, passando pela montagem de um autêntico cenário de guerra na região, cercando-a de armas, polícias, cães e canhões de água -, ainda será justo, será útil, será oportuno, adiantar essas coisas circunstanciais e menores, que são os factos? Julgamos que sim.
Daí, esta carta aberta do povo de Canas de Senhorim e a V. Exa. endereçada.
E que verdade? E que factos? Vamos, primeiro, aos factos.
Será que, nesta efabulação toda, nesta cenografia imensa de coisas aparatosas, próprias de um Estado policial desde o absoluto secretismo a propósito de uma visita a um pacato concelho do país, até à patética fuga da sua comitiva presidencial por caminhos fazendeiros, passando pela montagem de um autêntico cenário de guerra na região, cercando-a de armas, polícias, cães e canhões de água -, ainda será justo, será útil, será oportuno, adiantar essas coisas circunstanciais e menores, que são os factos? Julgamos que sim.
Daí, esta carta aberta do povo de Canas de Senhorim e a V. Exa. endereçada.
E que verdade? E que factos? Vamos, primeiro, aos factos.
1- No dia da deslocação de V. Exa. a Nelas, na quinta-feira, dia 9 de Fevereiro de 2006, a população de Canas de Senhorim, em lugar de dar demasiado realce a mais uma visita sem qualquer utilidade social, económica e política, antes preferiu fazer o que sempre fez, trabalhar;
2 - Para lá disso, ficou apenas o registo de um minuto de silêncio e o exercício do direito à crítica levado a efeito pelos Canenses, junto da comunicação social;
3 -E, no entanto, V. Exa., aqui e ali, continua a associar às peripécias que rodearam essa sua visita à iminência de manifestações violentas, verbais e mesmo físicas, por parte do povo de Canas de Senhorim.
Na verdade, esta manipulação dos factos define bem os poderes do Presidente da República na sua dimensão mais autêntica.
Porquanto, de facto o PR possui o poder de vitimar-se, nem que, para isso, se sonhem manifestações violentas das Canenses, quando estes, pelo menos desde há 810 anos, sempre se caracterizaram como um povo digno, trabalhador e pacifico.
De facto, o PR possui o poder de visitar os concelhos deste país no modo que entender, seja de forma solene ou no desprezo dos munícipes, seja com protocolo de Estado ou em passeio geográfico.
De facto, o PR possui o poder de comprometer-se, primeiro, com a criação do Concelho de Canas de Senhorim e dar, depois, o dito por não dito aos seus habitantes.
De facto, o PR possui o poder, até, de promulgar ou vetar os concelhos, entretanto aprovados pela Assembleia da República, consoante critérios, ainda hoje, incompreensíveis.
Acontece é que, por muitos poderes que um Presidente da República tenha, não há poder que consiga sobrepor-se, ainda, ao poder da vontade de um povo. Ou seja, à nossa determinação em lutar pela restauração do Concelho de Canas de Senhorim.
LUÍS MANUEL ABRANTES PINHEIRO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE CANAS DE SENHORIM E LÍDER DO MOVIMENTO DE RESTAURAÇÃO DO CONCELHO DE CANAS DE SENHORIM
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