CASA DO VISCONDE DE PEDRALVA
Situada em frente a um esbelto cruzeiro em granito, na Rua Keil do Amaral. Ergue-se um belo edifício senhorial de linhas sóbrias e baixas cuja fundação remonta aos meados do século XVIII. Alberga esta magnífica residência os descendentes da ilustre família Keil do Amaral. De salientar que Francisco Keil do Amaral era neto de Alfredo Keil autor do hino Nacional Português.
A sua planta desenvolve-se no sentido longitudinal e com dois pisos. Contornando toda a curva da referida rua, formando um L incipiente no alçado sul. Na fachada virada a norte apresenta um corpo mais elevado e mais arcaizante do que a restante fachada principal, virada a poente. A entrada é feita através de um portão ladeado de dois pináculos, terminados por esferas, dando acesso a um grande pátio e a um extenso jardim, com árvores centenárias.
A estrutura das janelas daquele corpo apresentam molduras muito simples e sem ornatos, a contrastar com as janelas de avental da restante rachada. De salientar que as janelas de avental, com os seus remates decorativos curvos, e nos parapeitos ostentando os característicos brincos, numa clara imitação das franjas dos cortinados, são um dos recursos mais típicos e mais utilizados no embelezamento de grande parte das casas solarengas desta Vila, característica que está de acordo com a gramática barroca do reinado joanino, denunciando os gostos e as preferências desta fidalguia beirã.
Janela das 30 esferas _foto de Joaquim Fonseca
Ao longo do piso térreo surgem pequenas aberturas de contornos decorativos curvos, por onde entram intensos raios de luz do cair da tarde. Apesar das suas linhas singelas, ela é um dos modelos mais característicos de residência senhorial desta Vila.
Nesta magnífica residência viveu o ilustre Francisco Coelho do Amaral, visconde de Pedralva, que era natural de Santar. "Foi deputado em várias legislaturas, no tempo da monarquia e na vigência da República, além de Governador Civil de Viana do Castelo e Viseu, bem como Governador Geral de Angola e Ministro da Agricultura, tendo falecido em Coimbra, em 5 de Abril de J 938 e sido sepultado em Canas de Senhorim" (Loureiro. 1940. 324-325).
Casas Solarengas de Canas de Senhorim
Contributos para a sua análise e valorização
Por Evaristo João de Jesus Pinto
in Revista Beira Alta
Sem comentários:
Enviar um comentário