Canas OnLine

23/02/2007

Uma(s) Verdade(s) Inconveniente(s)

Sobre o 401º Carnaval de Canas de Senhorim
por Portuga Suave


Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. No caso vertente, do nosso Carnaval, onde se lê “pão” leia-se organização.
Vem este ditado a propósito do desentendimento entre as direcções dos bairros do Paço e do Rossio no que respeita à utilização sonora, mais ou menos amplificada, no tradicional despique que opõe ambos os bairros e que constitui o derradeiro climax do Carnaval de Canas de Senhorim.
Tive a oportunidade de auscultar várias opiniões e não encontrei consensos nesta matéria. Se uns defendem intransigentemente que o despique deveria dar voz ao povo, abdicando os corsos de grandes investimentos sonoros, outros, pelo contrário, reafirmam que os excessos sempre estiveram presentes na génese do nosso carnaval, e quanto mais som e confusão melhor.
Depois, ainda há aqueles, com os quais estou tentado a identificar-me, que defendem qualquer das soluções desde que previamente acordadas e tacitamente cumpridas.
Não vou explorar razões nem avaliar os comportamentos dos bairros, nas suas tomadas de posição quanto à utilização ou não utilização do armamento sonoro, pois nesta causa, o Carnaval de Canas deve estar acima destas questiúnculas e o meu natural facciosismo poderia toldar-me o raciocínio e comprometer a opinião.
Elevando o ângulo de análise creio que o nosso Carnaval carece de mais organização. O próprio Carnaval e o esforço abnegado de todos os que contribuem para a sua realização pode facilmente ficar comprometido se não se encontrar uma plataforma de entendimento entre os bairros e uma disciplina organizacional que, acima do sentido bairrista e da saudável rivalidade, consigam imprimir uma dinâmica mais profissional e mais responsável ao evento.
Uma iniciativa desta dimensão, no contexto actual, envolve uma diversidade de componentes estruturais e organizacionais que já não se compadecem com a espontaneidade e carolice até agora tidos como suficientes e muito menos com birras circunstanciais e teimosias despropositadas. Tanto mais que pende sobre nós a ameaça de nos vermos ultrapassados por intento do mesmo cariz que, apoiado totalmente pelo órgão de soberania local, consegue uma projecção muito para além das nossas possibilidades.
Como diz uma das nossas marchas “Canas está sempre em primeiro lugar”, mas, para que o futuro nos dê alguma primazia já não bastam séculos de tradição e boas intenções, especialmente neste particular que é o Carnaval.
As circunstâncias vizinhas (leia-se Asnelas) e o seu mediatismo promocional trapaceiro, bem patente este ano no cartaz publicitário que a Câmara patrocinou e no qual mistura despudoradamente o nosso verdadeiro Carnaval com a versão macaqueada que ocorre em Asnelas, chega ao ponto de inverter a lógica promocional e relegar o Carnaval de Canas para segundo plano, subestimando-o numa parceria completamente inqualificável.
Também nunca é demais observar que toda a política subjacente a este evento, nomeadamente as verbas atribuídas para a sua execução, remetem o nosso carnaval para uma subalternidade ofensiva.
Estes aspectos, de que muitos se alheiam, configuram um processo de intenções que nada tem de ingénuo. Assentam num plano concertado que visa tirar-nos o protagonismo carnavalesco na região e precipitar a nossa asfixia a curto prazo. Podemos constatar, ano após ano, que este processo astucioso tende a desvalorizar e a despromover o Carnaval de Canas, de tal forma que, por mais que procuremos, não encontramos na imprensa regional e nacional uma única referência ao nosso Entrudo, mas somos estranhamente confrontados com grandes parangonas e grandes artigos insipientes sobre o Carnaval de Asnelas. Os jornais e as televisões adquirem a notícia por folheto, não se dignando cumprir as funções básicas que a notícia requer, como sejam a investigação e a verificação in loco dos acontecimentos. Só consigo compreender este destaque, dado pelos media a um carnaval destituído de qualquer personalidade, como é o de Asnelas, à luz de uma manobra promocional enganadora e assumidamente discriminatória face à realidade que se passa no terreno. E é esta tentativa de neutralização que urge compreender e inverter.
Podemos alimentar a discussão e envolvermo-nos em acesas controvérsias internas a propósito de opções de som, de percurso ou outras quaisquer que queiramos inventar, seja para acicatar rivalidades ou tão somente para própria recriação. Daí não vem mal ao nosso carnaval, que sempre as teve e delas vive. O que não podemos ignorar é que pende sobre nós uma ameaça exterior com contornos subtis, mas potencialmente devastadores, que podem pôr em causa o futuro do nosso Carnaval. Convém estarmos atentos e reunirmos esforços para que o futuro do Carnaval de Canas de Senhorim não sucumba ao centralismo obsessivo que norteia a política Asnelense.


1 comentário:

Anónimo disse...

O "fiasco" do CARNAVAL em ASNELAS no pós-BOTAS DE ALGERAZ!

O fim da ditadura do BOTAS DE ALGERAZ ( k tal como o de Stª Comba Dão tb andou no Seminário!)está na origem do fiasco do CARNAVAL-2007 em ASNELAS!
o que nos leva a pensar que a situação financeira do Município deve ser "pantanosa", o que terá levado a "representante do lobby da Saúde" de ASNELAS teve de "cortar no batuque-fantoche" que sempre foi o pseudo-CARNAVAL de Asnelas!
O BATUQUE ABRASILEIRADO artificial apenas foi fomentado pela NELITE AGUDA do Botas de Algeraz, enquan- to inimigo-público nº 1 de CANAS DE
SENHORIM. O ódio do Zé COrrécio a CANAS- e dos seus acólitos
(diga-se)- sempre foi tão grande,k até o CARNAVAL DE CANAS combateu e
de todas as formas possíveis e imaginárias. Não lhe bastou os
subsídios mesquinhos com k ao longo da sua ditadura "brindou" as
Associações Canenses, como ad teve o supremo desplante de organizar um
COLÓQUIO com outros Municípios onde o Carnaval tem fortes tradições como seja: Mealhada, Ovar, Torres Vedras!!!! Pasme-se!!!Como se o Carnaval de Asnelas tivesse tradição!... Claro que a ignonímia e o descaramento não têm limites! Nem fazem parte de nenhum dos códigos das ditas Leis que nos (des)governam!
Adpor cima o soba de Algeraz pagava o BATUQUE com o dinheiro dos impostos dos
munícipes, incluindo os dos Canenses, que até há bem pouco tempo eram
maioritários a nível do Concelho de ASNELAS serviam para pagar
inclusive as fatiotas das damas e das criancinhas de Asnelas!.Tudo
p/axincalhar e aniquilar o CARNAVAL DE CANAS!Realm/ o ódio
"cega"!...Mas, foi por essas e por muitas outras que a ditadura do
BOTAS de ALGERAZ caiu!...
ZÉ CANAS