Canas OnLine

28/08/2007

Perdidos

Ao ver o último episódio da 2ª série dos “perdidos”, fiquei tristonho!...
Quando dou conta que as retrospectivas típicas da série fora da ilha sobre as personagem, afinal, não era uma retrospectiva, mas cenas futuras...
Ficamos a saber que eles (Jack e Kate) conseguem sair da ilha, pelo menos numa 1ª fase, mas o Jack sente uma vontade irresistível de voltar!...
A sua luta pelo objectivo de sair no último episódio, empolga-nos... Parece aqueles finais felizes em que os maus morrem e os bons vivem felizes para sempre, onde há heróis que sacrificam a sua vida pelos outros, onde se têm de tomar decisões difíceis, mas épicas!...
Mas, o que é que isso tem de ligação a este blogue?... Nada!... Contudo, a minha apetência natural para analogias, loucura talvez, deixou-me prostrado no sofá a pensar!...
A série “Perdidos” não é mais que uma alegoria sobre relações inter-pessoais e comunitárias em condições de isolamento relacionada com a sobrevivência... Um Big Brother radical portanto!...Saibam, levantando um bocadinho o véu, que os maus (Outros) podem até nem ser assim tão maus, que os nossos amigos podem continuar a ser, mesmo que nos pareçam traidores em determinado momento, os “salvadores da pátria”, se calhar, são os que nos vão enterrar, que aquele que caminha ao meu lado pode não ter o mesmo rumo...
Quem anda perdido, qualquer luz, mesmo que ténue, nos parece a salvação... Não pensamos por um segundo que pode ser o caminho para o abismo!...
Uma situação difícil raramente tem uma resolução fácil...

27/08/2007

Caldas da Felgueira

24/08/2007

wallpaper

21/08/2007

O Relinchar do Cavalo

Jagunços, Mamarrachos e Sapos!...

Pois!...
Um jagunço que se prese, ou faz umas “jaguncices” ou não passa de um mamarracho!...
Agora temos um monumento novo... Os 25 anos do “2 de Agosto”... Coisa simples mas bonita!... No entanto, seria melhor trocar umas letritas douradas... Se as meninas da “Mulherio” vissem era o “cabo dos trabalhos”...
Sempre tive dificuldade em adjectivar aqueles que só levantam a grimpa, quando o touro está no chão.
Os outros que agora encolhem os ombros, como que envergonhados por ter estampado na testa as palavras “Canas de Senhorim – O meu Concelho, digo-vos: Deixem lá isso!...
A luta continua!... E há tanto para lutar!...

Depois de inúmeros projectos e contra-projectos, avanços e recuos, lágrimas e sorrisos, o novo empreendimento nas “4 Esquinas” desiludiu!... Aquilo que já era pouco arejado, muito menos vai ficar... Afinal não vai haver largo (ou pelo menos o que muitos esperavam)... Seja o que Deus quiser!... Mais um sapo do tamanho de um arquitecto... Pronto! Venha ele!...

Por falar em sapos!... A urbanização da Raposeira começa por ser uma agradável surpresa!... Por isso, venha de lá mais um sapito, mas desta vez com batatas fritas e uma garrafa de 7UP Ligth... Desce melhor!
Lá está, um jagunço que se prese, ou faz “jaguncices” ou não passa de um mamarracho!...

E o que dizer da Avenida da Igreja?... Acho que seria melhor, quiçá, não dizer nada, contudo, cheira-me que só teremos novidades lá para 2009 ou então em 2013 ou 2017!... É de certeza neste milénio, estejamos optimistas!... Saia mais um churrasco de sapo para a mesa 15!...
Aliás, proponho um novo petisco cá no burgo... Sapo assado com pimentos!... Cozinha típica...

Esta situação peculiar do Orgulho Canense (bem explanado no blogue MCS) soa a Parada do orgulho Gay... É tudo muito bonito, muito folclórico, não resolve nada, mas vão aparecendo!... É bem melhor que os “vermelhuscos” da Santa Eufémia, perdão, Verde Eufémia que andaram a destruir a massaroca do homem... Salvou-se a barba do milho, que sempre dá para fumar e é barato!...
Foi um acto de cidadania, de desobediência civil, um crime... Nada que os arruaceiros não estivessem habituados a longos anos...
Um jagunço que se prese, ou faz umas “jaguncices” ou não passa de um mamarracho!...
E para terminar, nada melhor que uma feijoada de sapo, regada com uma água do poço de Sta. Bárbara e, já agora, um “charro” de barba de milho para a sossega!

Nota: como é óbvio o único jagunço do texto sou eu, mamarrachos são alguns, os sapos são para todos!

Sinais de Fumo

Sinal +
O "renascimento" da lendária casa que albergou a Ex-Escola Técnica do Dão, Ex- Escola Preparatória Dr. Fortunato de Almeida, Ex-Escola Preparatória Arq. Francisco Keil do Amaral...
Sinal -
A degradação do nosso património.
Candeeiro (Tripla tocha) do cruzamento da Felgueira
na Estrada Nova, junto ao Provincial.

19/08/2007

Carnaval de Verão 2007











18/08/2007

Carnaval de Verão

16/08/2007

Nuno Cardoso

"Estou Preocupado com o fecho da Casa do Pessoal da ENU..."
Entrevista de Helena Teixeira da Silva in jn.pt
15.08.07

Chega a Campanhã, muito depois da meia-noite, num comboio vindo de Lisboa. Guarda 25 minutos para a entrevista, antes de entrar em casa.Responde com golos de licor de framboesa. Nuno Cardoso, 36 anos, passou de encenador-promessa a freelancer. Se correr bem, no fim do ano, encenará "Platonov", de Tchekhov.
Demitiu-se do Teatro Nacional S. João (TNSJ) ou deixou de haver lugar para si?
Demiti-me. Dez anos é muito tempo. Precisava seguir em frente.Passa a ser freelancer?Esse anglicanismo é uma maneira simpática de dizer que sou um gajo que tem que se desenrascar.

Era tido como o protegido de Ricardo Pais [director do TNSJ). Ficou sozinho agora?
Nunca fui seu protegido. Admiro muito o trabalho dele. E por mais sorrisos amarelos que isso possa produzir, ele deixa um legado discutível - como o são todos -, mas importante para o Porto.

Sente que perdeu um tacho?
Um tacho nunca deixou ninguém mais pobre [risos].

E o que são as suas encenações um trágico?
As minhas encenações não são trágicas; são cínicas. E, infelizmente, também um bocadinho blazé porque, se calhar, fico encadeado com o exercício de inteligência quando não sou tão inteligente quanto isso.

O TNSJ é apontado como um dos vértices do triângulo de Serralves e da Casa da Música. Imagina-o a completar-se agora com o Teatro Rivoli e o Cinema Batalha?
Não. Não vislumbro qualquer sentido, enquanto equipamento cultural, no Batalha. E o Rivoli é o refém de um terrorista que precisa de ser resgatado sem se negociar com o terrorista.

Tem inveja das regalias de Filipe La Féria no Rivoli?
Não. Tenho inveja de uma vida transparente ou de uma situação que seja explicável. O Rivoli é uma nuvem cinzenta.

O formato das cidades capitais de cultura seduzem-no?
As capitais são, pelos vistos, avisos de morte. São como uma marca que se cola a dizer "Bom dia, você vai ser capital da cultura. Em breve, vai morrer". Veja-se o Porto e Coimbra. Resta saber se, também em Guimarães, vai servir o ressurgimento de uma cultura da desgraça para os revanchistas virem ao de cima.

Que peça escolheria para caracterizar a actual condução política no Porto?
Não consigo encontrar uma peça tão sinistra.

"Uma pessoa define-se pelas suas batalhas". Quais são as suas?
Claro. As minhas são tentar não seguir ideias feitas, nem entrar em clubites. Portugal é um país de clubites - ou estás comigo ou estás contra mim.

Há em si um lado feminino que o leva a curar as neuroses nas compras?
Não sou uma 'fashion victim', mas gosto muito de ir às compras. E de criadores com Paul Smith ou Dries Van Noten. Vivo bem com os paradoxos.

É egocêntrico?Sou. Tive um professor que disse que o meu ego é maior do que a bola de praia da Figueira da Foz.

Nas férias, é um backpacker ou um turista de resort?
Viajo sempre de mochila às costas. Às vezes, não preciso sair do sítio para viajar; outras vezes, preciso ir para o outro lado do mundo para perceber o quão eurocêntrico sou.

É a estrela de Canas de Senhorim?
Não. Isso é uma sobranceria. A estrela é Alfredo Keil, que escreveu "A portuguesa".

Participou nas lutas de Canas a concelho?
Já não vivia lá. Mas agora estou preocupado com o fecho da Casa do Pessoal, onde comecei a ver cinema.

Qual é o ícone televisivo da sua infância?
Se há símbolo é o Vasco Granja. Não tinha paciência para os desenhos polacos e os russos, mas esperava para ver o Coyote e o Beep Beep. Há um ditado taoísta que diz "A juventude é mal empregada nos jovens". Se calhar, a infância é o ponto de nostalgia dos crescidos.

Ficou no 2.º ano de Direito. Quando percebeu que não queria ser advogado?
Na primeira aula, quando um professor disse "Vocês são a elite do país. Espero que se comportem como tal". Descobri que não gostava daquele sítio.

http://jn.sapo.pt/2007/08/15/ultima/
cartaz/20070615rei.htm

15/08/2007

Nª Sª Milagres _ Laceiras

13/08/2007

CICLOTURISMO PÓVOA S. ANTÓNIO

Organizado pela ARCPSA, vai haver um passeio cicloturístico na Póvoa.

O Percurso está no googleMAPS neste link, ou seja: Póvoa, Canas, Agueira, Pisão, Moreira, Santar (com reforço), Carvalhal, Nelas, Carvalhal, Urgeiriça, Canas, Póvoa e Almoço.

2 de Agosto 07

Homenagem
A Todos os Que Lutaram
E Lutam Pela Emancipação
Desta Terra
2 de Agosto de 2007

12/08/2007

Desportivo

09/08/2007

Cheira-me a.... Fogo

Estava eu em casa muito bem, quando oiço uma sirene de bombeiros, venho à rua e deparo-me com uma grande mancha de fumo para os lados da Urgeiriça...
Como bom português que sou fui lá dar uma espreitadela!
Quando chego ao local já se encontravam lá várias viaturas dos bombeiros! E uma pequena área ardia... Mas não é o meu espanto quando olho para o céu e vejo 2 aerotanques e um helicóptero!

Depois disso vejo bombeiros de Cabanas de Viriato e Nelas!

Ao todo estiveram 48 homens, 11 viaturas (apenas 4 de Canas), 2 aerotanques e 1 helicóptero como foi indicado no site da protecção civil:


Foi fantástico o trabalho dos bombeiros, que numa zona tão suja e com tanto lixo rapidamente apagaram o incêndio.

Para a história fica a imagem do que eu penso ter sido o maior incêndio até ao momento:

"Coisas" da Casa de Pessoal

fotos: efeneto
Memórias que o tempo não apaga

07/08/2007

CNS Férias 07




3X3 Panorâmicas vs Postais
fotos de Norberto Peixoto

Lugares Mágicos - Hotel Urgeiriça _ Canas de Senhorim

06/08/2007

Canas é fixe!

foto* de Marco Rosa in
Escrevo este texto depois de me terem chamado à atenção para o desagravo assinado pelo André a propósito de alguns comentários menos abonatórios que ele próprio tinha feito sobre Canas.
O André passou de um extremo ao outro e afirma, pelo menos assim o entendi, que aquilo que antes criticava, o facto de não se passar nada em Canas, afinal é uma grande vantagem.
Bem, eu não diria tanto, e até acho que este reposicionamento de ideias deve estar comprometido por força dos argumentos da Inês, à qual o jovem André concedeu tréguas, não fosse a nossa “serrana” indicar-lhe o caminho mais curto para os Pardieiros.
Agora a sério. A verdade é que alguns dos nossos jovens lamentam frequentemente não se passar nada nesta terra e daí concluem que Canas não vale nada e que a vida aqui é uma pasmaceira. Percebo-lhes a frustração e o tédio. Mas só os entendo porque, avaliando a insatisfação, lhe reconheço características muito próprias da idade, que se prendem mais com angústias de adolescência do que propriamente com as circunstâncias da terra ou dos eventos que nela têm ou não lugar. Afinal, neste aspecto, Canas até é superior a muitas outras da mesma dimensão… nem preciso enumerar os diversos acontecimentos.
Não me parece que, comparativamente, Canas tenha um défice acentuado de animação. O que me parece, isso sim, é que a globalização da informação, a vocação consumista da sociedade, a democratização da moda e dos comportamentos e um crescente “novo-riquismo”, criam a falsa ilusão de uma certa urbanidade, a qual, depois, não tem correspondência nem é satisfeita no e pelo quotidiano. Se acrescentarmos a isto aquela dose de aparência que “fica bem e dá estatuto” corre-se o risco da futilidade, do ridículo. Querem um exemplo: expliquem-me lá para que serve um ginásio num sítio como Canas! O que leva uma pessoa a pagar para pedalar quilómetros dentro de quatro paredes, ou a correr numa passadeira sem sair do mesmo sítio…logo em Canas, com tão bons ares, sem trânsito e com caminhos convidativos por essas matas fora? A isto chamo cosmopolitismo bacoco.
Provavelmente aquele sentimento nem é exclusivo dos jovens. Haverá gente mais velha a sofrer das razões inconscientes deste “síndrome provinciano”, mas esses já deitaram contas à vida e sabem bem quanto custam as poucas vantagens da urbanidade e quão perniciosas elas podem ser. Ainda por cima quando essas mesmas vantagens, que não vão além de umas quantas visitas ao teatro ou às salas de cinema e de um ou outro espectáculo ou exposição, estão a duas ou três horas de carro e sempre dá para rever a prima que mora no Algueirão ou em Rio Tinto. Mas os jovens, imediatistas por natureza, as únicas contas que deitam à vida são as da sua própria frustração. E como eu os percebo: ávidos da metrópole, do banho de gente, dos roteiros da noite cosmopolita, acumulam ansiedades indisfarçáveis nas esplanadas semi-vazias de Canas; crispam-se os olhares e é natural o desabafo – não se passa nada nesta terra, venha mais uma fino.
Ainda assim, é aceitável que a malta queira mais. Nos anos 60 os jovens “idealistas” que vieram para a rua tentar mudar o mundo tinham uma frase emblemática que era mais ou menos assim: “Se não tens a solução do problema então fazes parte do problema”. Esta frase, serve-me agora, passados cerca de 40 anos e circunscrita à nossa realidade, para lembrar aos jovens canenses que Canas é e será aquilo que nós fizermos dela. Se efectivamente acham que “não se passa nada em Canas” também vocês contribuem para esse suposto marasmo. Portanto, toca a mexer rapaziada, organizem-se, recriem-se, vão para fora cá dentro… agora não abanquem penosos na esplanada a queixarem-se da terra. A terra somos todos nós.

*Noites do carnaval de 07 - Prova de que a juv-canense é produtiva.


05/08/2007

Festa do 2º de Agosto

Para o mais distraidos fica aqui uma rima do Tony (o cantor), feita para a música tradicional 'Apita o comboio'

Em Canas de Senhorim
Em Canas de Senhoredo
Apita o Comboio
Canas a Concelho!

Post da Semana

@Inês disse: “Um dia, ainda vais dar valor a esta terra”

por André Jesus

Canas de Senhorim
Por alguma razão faço hoje este texto. É como que um pedido de desculpas, por ter “reclamado” com esta terra!

Tal como “alguém” dizia num comentário no meu blog :
- ”Um dia ainda vais dar valor a esta terra…”
Esse dia, chegou mais cedo do que pensava.

Apesar de ter as suas desvantagens, quer dizer, eu já nem as considero “desvantagens”, viver aqui é “ viver em paz”, longe de todos os problemas! Longe de tudo! Longe de escolas quem tem o triplo da violência da nossa, longe de pessoas que são capazes de nos seguir até casa para nos fazer mal, longe de outras tantas porcarias muito desagradáveis.
Hoje em dia censuro-me, por ter dito que não gostava de viver aqui! “Pus os olhos” em alguém que já teve a experiência de sair daqui. Muitas outras dizem que não trocariam Canas por nada! Pois está claro que não! Eu também não trocava.
Canas sim, pode não ter tantas coisas que outras terras têm, mas tem muito, mas mesmo muito, menos desvantagens!
Agora sim, podem dizer que é estranho uma pessoa mudar de opinião tão rapidamente, mas, tal como digo muitas vezes: “Sou jovem não penso! …”
Daqui para a frente vou ter orgulho de andar por aí a passear, a ouvir a maior parte do meu grupo de amigos dizer: “Pá que seca, não se passa nada nesta terra!”
Esta sim é uma frase que jamais irei dizer! Eu tinha de fazer isto, este texto, tinha de o fazer antes de sair do mundo da blogosfera. Ao meu grupo de amigos, com este texto, aconselho a pensar pelo menos duas vezes antes de falar mal desta terra.

Isto são apenas algumas vantagens que C.S. nos pode dar.
Há muitas outras coisas lindas!!!

Com Orgulho!

03/08/2007

O 2 de Agosto de 1982 visto pelo JN [III]

edição de 5 de Agosto de 1982
recolha de Heleno de Jesus Pereirinha
Os títulos
Canas de Senhorim voltou à rotina
O desfecho
“A população de Canas de Senhorim voltou a poder dormir após 24 horas de canseira, período em que se manteve mobilizada para lutar pelas suas reivindicações.
A população daquela localidade regressou ontem (04AGO1982) aos seus trabalhos habituais, pois viu as suas reivindicações serem minimamente atendidas.” no JN de 05AGO1982

02/08/2007

2 de Agosto.

Memória
por Portuga Suave
Comemora-se hoje o 25º aniversário do dia 2 de Agosto de 1982. A data que se comemora tem um simbolismo muito próprio, invocada no presente como referência reivindicativa da restauração do concelho.
À época, esta data uniu a população de Canas numa acção concertada que visava inverter as condições deploráveis das infra-estruturas da freguesia e preservar outras que nos arriscávamos a perder. A manifestação de unidade e força então vivida criou-nos um sentimento de esperança e a velha máxima de que o povo unido jamais será vencido ganhou aqui reforçada expressão.
Provavelmente, as novas gerações desconhecem as movimentações da altura, os processos sub-reptícios que iam deixando a nossa vila cada vez mais isolada: os comboios rápidos que deixaram de parar em Canas, a reformulação do processo de recolha de correspondência pelos CTT, com prejuízo explícito para Canas, o Posto Médico em vias de fechar…, tudo isto sob o olhar beneplácito da sede do concelho que, comodamente, ganhava para si a centralização destes meios, com as vantagens de progresso que tal circunstância lhe oferecia e em detrimento total dos interesses de Canas. Do caderno reivindicativo apresentado previamente, destacavam-se a criação de um código postal próprio que obviasse os atrasos e incómodos na manipulação da correspondência, a manutenção do posto dos CTT, a paragem dos comboios rápidos, o Posto Clínico e a apreciação em AR do projecto do CDS para a elevação de Canas a concelho.
Embora os aspectos circunstanciais fossem consideráveis, o maior amargo de boca era o sentimento geral que Canas, debaixo da alçada do concelho de Nelas, estava condenada. A tendência centralizadora da sede de concelho aliada a uma política autárquica displicente reforçava a insatisfação popular.
A 30 de Julho de 1982, o projecto de lei do CDS não foi apreciado na AR por falta de quórum, facto que certamente contribuiu para sublinhar o descontentamento da população e despoletar as acções levadas a cabo no dia 2 de Agosto.
Foi decidido impedir a correspondência de sair dos correios como forma de protesto. Porém, esta foi recolhida antecipadamente, pelo que, os contestatários viram gorada a intenção. Sentindo-se ludibriados, os canenses insurgiram-se. A revolta popular foi espontânea. Os sinos tocaram a rebate e a população acorreu em massa ao actual largo 2 de Agosto. De acordo com o Jornal de Notícias cerca de duas mil pessoas participaram na concentração. Tomou-se de assalto os Correios e interrompeu-se a linha da Beira-Alta. Estavam dados os passos para a “negociação”. No dia 3 de Agosto, reuniram no Governo Civil os representantes de Canas, a Câmara de Nelas e altos funcionários dos CTT. Nesta reunião ficou acordado que as altas instâncias dos CTT e dos Caminhos de Ferro iriam ter em conta os interesses manifestados. Os canenses baixaram a guarda. O braço de ferro valeu a pena. Não conseguimos que os comboios rápidos parassem na estação mas ganhámos todas as outras reivindicações.
Hoje, pode parecer pouco, mas, do desfecho das acções do dia 2 de Agosto de 1982, aprendemos os princípios que no futuro haveriam de nos orientar no processo reivindicativo pela restauração do concelho: a coesão, a determinação, a resistência e a vontade popular.
Viva o 2 de Agosto. Viva Canas de Senhorim

O 2 de Agosto de 1982 visto pelo JN [II]

edição de 4 de Agosto de 1982
recolha de Heleno de Jesus Pereirinha

Os títulos
Canas de Senhorim fechou a sua carta de protesto
Confrontos com o Corpo de Intervenção da GNR
Queremos progresso
GNR intervém – canenses no hospital
Bloqueio levantado ao princípio da tarde

2 de Agosto de 1982


Foto do JN de 4 de Agosto de 1982,
recolhida na Biblioteca Municipal do Porto
por Heleno Pereirinha .

01/08/2007

25 anos