Canas OnLine

12/08/2008

Ana Mafalda disse...

Porque há coisas que devem ser lidas...
Ana Mafalda disse...
Vou-me abster de fazer qualquer consideração sobre o candidato que agora se nos apresenta...ficará para mais tarde, prometo! Tenho seguido as apreciações dos "bloguistas", e numa coisa surpreendem-me, se há coisa que os jovens de hoje (e de sempre) se pautam é por serem JUSTOS, é uma característica inerente a quem não tem "afectações", os jovens são por natureza justos, também nos seus comentários! Mas como ser justo quando se desconhece o passado?? Como fazer avaliações sem avaliar procedimentos?? Seriam avaliações preliminares e pouco fundamentadas ou pouco estruturadas, sem crédito e não concordantes com um verdadeiro espírito jovem, concretamente no que concerne a avaliar este ou outro dos candidatos que possam surgir a candidatarem-se à Camara Municipal de Nelas! É preciso conhecê-los, conhecer as suas obras, ver os seus projectos, conhecer a equipe e depois ponderar ... e MUITO, sobre aquilo que, face à actual conjuntura é melhor para esta Vila, de que sou NATURAL, RESIDENTE e FÃ!
Quando o Dr. José Vaz se candidatou pela primeira vez à Câmara ( e que veio a ganhar) - eu devia ter uns 14, a rondar os 15 anos - sei que foi muito mal tratado, criticado até, sobretudo pelos Canenses da época, mas não me lembro de ter havido outro presidente posterior a ele que mais obra deixasse em Canas !!! Nem o Sr. Eng. José Manuel ( que apenas concluiu as obras iniciadas pelo seu antecessor), nem o Dr. José Correia nem a nossa actual Presidente...É difícil imaginar como era Canas na primeira metade da década de 80, efectivamente não havia água canalizada, as mulheres ( sempre o grande papel das mulheres de Canas) iam à fonte, colocavam os cântaros em filas, quando chegava a água enchiam-nos e carregavam-nos à cabeça para casa. Só tinha água canalizada quem possuia um poço, todos os outros não tinham o conforto de usufruirem de um gesto tão simples, como o de abrir uma torneira e esta jorrar água! Não havia uma eficaz rede de esgotos ( ainda não há!), estes ou iam a céu aberto, ou eram canalizados para fossas sumidouras, inquinando depois os aquíferos livres, obviamente! A maioria das casas em Canas ainda não tinha uma casa de banho ( digna desse nome), isso era para os mais remediados. Os dejectos familiares, eram acumulados num balde e a altas horas lá iam, mais uma vez, as mulheres livrarem-se de tais assuntos!!! Ainda hoje em Canas há zonas sem Saneamento Básico, e como em qualquer contrasenso, onde é permitido contruir habitação, pois o plano director municipal o permite!!! Mas sem estas infraestruturas básicas de salubridade e saúde pública...Por acaso ouvem os protestos??? Mas curiosamente até têm água canalizada!!!!Habitação Social não havia, os juros chegavam a atingir nessa época os 20%, não havia possibilidade para a maioria das familias de contrair empréstimos para contruírem ou adquirirem habitação... Os três lotes de apartamentos que se encontram em frente à GNR foram construídos a pensar nas pessoas que até podiam pagar, mas não a juro de Banco, pois esse era proibitivo... Não havia o Complexo Desportivo do GDR ...mas havia bons resultados e mais orgulho de que há hoje nessa instituição que acabou de comemorar o seu 75º aniversario! PARABÉNS GDR !!A CPFE, a ENU e a CUF ( conhecem as siglas? os mais jovens claro!!), laboravam em pleno, o movimento dentro da Vila era tanto que, se tiveram de alterar os horários das Escolas Primárias por forma a não coincidirem com os das saídas das fábricas, minimizando os riscos de atropelamentos às quatro-esquinas!! Eram mais os homens que trabalhavam nessas fábricas, eram poucas as operárias, as tarefas domésticas estava confiadas às mulheres, assim como o trabalho no campo, a criação e responsabilidade com os filhos, etc... só nas folgas, fins-de-semana ou férias contavam com a ajuda dos maridos - e as que contavam!!! Tinham a seu cargo casa, campo e filhos, não necessáriamente por esta ordem, vejamos: só havia um Jardim-Escola, o Jardim-Escola João de Deus, que funcionava numa casa cedida pela ENU, no bairro dos Engenheiros, e que tinha sido fundado em 1971. A Escola Técnica do Dão só tinha oferta até ao 9º ano... Os jovens de então, tal como os de hoje, queixavam-se que não havia aqui nada para fazer, que quem estava no poder não contava com eles ... para se entreterem organizavam clubs, inspirados em leituras juvenis e era assim que por exemplo passavam o longo período das férias escolares... Piscina só a do Grande Hotel das Caldas da Felgueira para os mais abonados e o Rio Mondego para os restantes... Alguns males, destes que referi, principalmente os relacionados com os de Saneamento Básico, não são exclusivos de Canas, persistem por todo o Concelho, mas a grande diferença é que em Canas as pessoas não se contentam com a politica do pó-de-arroz ... Existem na Lapa, na Aguieira, em Vale Madeiros, na Póvoa de Santo António nas Caldas da Felgueira em Carvalhal Redondo ... até na "cidade" de Nelas! e arredores...Não queiramos fazer aos outros aquilo de que nos queixamos que nos fazem a nós, não ignoremos pelo menos as povoações da nossa Freguesia!
Os Canenses têm características peculiares, somos um povo protestativo, não nos contentamos com tuta-e-meia, a "inércia faz-nos mal", achamos que tudo merecemos, achamos que não somos menos do que ninguém, para nós tudo o que aqui se faz é pouco... mas também somos solidários, unidos nas causas, trabalhamos bem em grupo... e muito mais. Porque temos orgulho da nossa Terra, porque temos orgulho do nosso passado, da nossa história e do nosso património, porque realizamos projectos colectivos sem qualquer apoio e o conseguimos FAZER!! E isso dá-nos um certo "Élan"! Como "levantar" um dos mais bonitos, genuínos e originais Carnavais deste país, com o Rossio, o Paço e o Despique a oferecerem momentos únicos !! Aqui nesta Terra sobrevivem todas as associações só com o empenho, carolice e total abnegação dos canenses envolvidos, desde o GDR, ao Grupo de Teatro Antª João Pais Miranda, ao agrupamento 604 do CNE, ao Canto e Encanto, aos grupos dos Jovens: o Canas + Jovem, o Prometeu; a Misericórdia, os BVCS, a Casa do Benfica, a Casa do Sporting, os inúmeros grupos relacionados com a Paróquia, a Irmandade de S. Sebastião ... e concerteza algum que eu me esqueci de nomear, mas que algum "bloguista" mais atento me vai remeter, OK? Organiza-se a Feira Medieval, o S. João, o Carnaval de Verão ... e qualquer espectáculo que aqui se organize é um sucesso "à priori" apenas e só com a prata da casa !!! É tudo isto que nos une uns aos outros, muito para além da nossa contemporaniedade, um património natural e histórico comuns!! Somos pois ESPECIAIS!!! E somos muitos! E temos peso! E colocamos e derrubamos Presidentes de Câmara quando queremos, quando orientamos o nosso voto !!!!!Temos de estar atentos, avaliar com conhecimento de causa todas as situações, não sermos ingénuos como o fomos no passado recente, não embarcarmos em partidarismos, nem em "passarolas" pois tudo o que nos "parte" fragiliza-nos...
Esta Vila merece o melhor, os habitantes desta vila merecem todos o maior respeito, pois formaram no seu conjunto o maior e único pólo industrial do interior deste País, com enorme orgulho, durante cerca de 8 décadas e num passado ainda relativamente recente! Vivem e viveram aqui excelentes homens trabalhadores, mulheres corajosas, fortes, excelentes companheiras e mães !!!!Defeitos todos temos, não há povo que não os tenha, mas potenciemos as nossas virtudes, saibamos todos em conjunto escolher o melhor futuro para cada um de nós, para os que nos vão suceder e para CANAS, SEMPRE!
10 Agosto, 2008

10 comentários:

Ana Mafalda disse...

Desculpem os lapsos "gráficos", escrevi este texto à pedoa ... não pensei sequer que lhe fosse dado tal destaque...os leitores da blogosfera mereciam outro cuidado :( Muito mais havia para dizer. O como foi doloroso vermos partir alguns dos nossos melhores amigos ( quando as fábricas fecharam e acompanharam a família) para terras distantes, o nó na garganta da despedida ainda aperta!
Adivinhar o tempo observando o "fumo" da fábrica, quando este vinha para cima ( para o centro de Canas) adivinhava-se chuva, pois eram ventos provenientes de oeste ( do mar) por isso traziam as núvens húmidas ( não se devia por a roupa a enchugar a não ser que se permanecesse em casa de prevenção), já quando o fumo ia para baixo, dirigia-se à Lapa do Lobo, então não haveria chuva os ventos eram secos vindos do continente ( Canas era um estendal), não falhava, nem o "Anthímio de Azevedo" era tão certo nas suas previsões.
A Escola era espetacular, com cantos e recantos para todas as imaginações, havia uma liberdade ( curiosamente) entre os jovens como não há hoje, não havia cartão, nem porteiro, nem contactos frequentes com Director de Turma! Os alunos apesar de não o fazerem, tinham liberdade para entrar e saír da Escola quando muito bem lhes apetecesse ...
Aprendiam cedo a responsabilidade da sua liberdade!
Bem, vemo-nos por aí...

André jesus disse...

Amiga Ana Mafalda, bom grito! Este tal como o texto do Sr. Portuga também faz parte do leque dos "textos que devem ser lidos" Para relembrar o passado.

"...É difícil imaginar como era Canas na primeira metade da década de 80, efectivamente não havia água canalizada as mulheres ( sempre o grande papel das mulheres de Canas) iam à fonte..."

A vida tem destas coisas! Se não havia água canalizada obviamente tinham-se de desenrascar, qual é o problema afinal? Estamos em 2008 e meio e ainda há no mundo quem viva assim e até muito pior mesmo.

Abraço!

®efeneto disse...

Neste espaço, todas as palavras são importantes. Só que algumas merecem passar das "trazeiras" para a "montra" deste espaço, porque "há palavras que merecem ser lidas". Saudações.

jfernandes disse...

Do bonito texto da ana mafalda dá para recordar o passado mas, creio eu, com uma grande dose de saudosismo incompreensível e "perdoem-me" desenquadrado. Já cantavam os Heróis do Mar "dos fracos não reza a história..." O que falta neste texto da ana mafalda é ilustrar a miséria deste e de outros povos. A fome, a subsirviência a determinados "Senhores",a emigração em grande escala, e o conforto e bens essenciais que eram só para "alguns": a saúde, a televisão, as casas quentinhas, a luz, os carros, a praia, etc, etc...A esses tempos eu não quero regressar, nem recordar.
Mas, eu sei que o enquadramento que a ana mafalda quis dar foi outro, evidenciar a obra do Dr. J. Vaz. E, aqui concordo plenamente com ela...E mais não digo (não tenho tempo).

Um beijinho para a ana mafalda,

Ana Mafalda disse...

Obrigado Frankie, por acrescentar o que eu me esqueci!
Acredite que não me refiro àquela época com um "saudosismo incompreensível e desenquadrado", mas sim como um facto marcante no meu desenvolvimento pessoal, até chegar aquela fase de "adulta" ...
Nesta coisa dos blogues há sempre muito que fica por dizer ... Mas é falacioso avaliar a opinião, o sentir, ou as convicções de um bloguista, a partir de um pequeno texto!
Cada vez que recebo um certo retorno do que escrevo sinto-o com mais intensidade, eu não me atreveria a conectá-lo ( pelo seu texto ) com este ou aquele candidato !?!
Concluir, como concluiu que o que eu pretendia com o meu enquadramento era evidenciar a obra do Dr. Vaz, é ir longe de mais na interpretação ... ele não precisa que eu o faça nem tal me encomendou!
Não o considera por exemplo um texto fiel e descritivo (quiçá jornalístico, desculpe a pretensão), ou uma pseudo resenha histórica daquela época, 1981, 1982até 1984???
Acredite que ainda se pode escrever intencionalmente !!!
Já agora no início da década de 80 TODOS em Canas tinham televisão, as novelas já faziam parte da rotina dária, a subserviência que refere a certos "senhores" continua um tema actualíssimo, mas todos tinham luz, o posto médico tinha ainda mais médicos do que os que tem hoje, ainda havia o da fábrica e o das minas , quase não havia emigração!!
Essa foi posterior ao encerramento das empresas, ou então já tinha ocorrido na década de 60!
Hoje sim há muitos jovens a emigrar ?!?
Por isso deve estar a reportar-se a um tempo anterior e que não está na minha memória, ...talvez a nossa diferença de idades o explique.
As dificuldades ( porque também aqui as havia) eram mais o resultado do estado do próprio País, qualquer Português de outra povoação, sobretudo, do interior se identifica com as que referiu!!!
Não era pois o mal de Canas mas de todo o País , felizmente que, com a entrada na CEE ( 1986), a sociedade evoluiu e alargaram-se o leque das oportunidades e possibilidades reais das pessoas.
Mas contra todas as expectativas Canas veio a perder mais do que aquilo que ganhou nos anos que sucederam essa década, "saudosismo" talvez daquilo que de bom se perdeu, " a vida é sempre a perder", conhece a canção?, "incompreensível", será assim tão incompreensivél, olhe que temos motivações e fortes, eu adorava que a minha Terra tivesse o peso de então...
Desenquadrado ?!? é a sua opinião e por isso merece todo o meu respeito.
Havemos de trocar mais ideias, talvez venha a conhecer-me melhor!
Um abraço fraterno!

fcunha disse...

Querida Ana
Gostei desta historia .Realmente concordo que isto nao tem a ver com saudosismos mas sim com HISTORIA.Resenha historica muito bem contada alias..bons tempos.Aos mais novos digo apenas que os canenses serao sempre especiais e esta juventude nao deixa morrer esta alma tal é a força das suas palavras aqui escritas diáriamente..
Digo só:
O presente e o futuro estao assentes sobre o nosso passado..
Obrigado Ana por esta "historia" , ao blogue e a todos nos que diariamente aqui colocam mais uma peça da nossa história..
Bem -Hajam

jfernandes disse...

Olá Ana Mafalda,

A minha intervenção não era de forma alguma desvirtuar a resenha histórica que elaborou, porque essa está fantástica. Levou-me a reviver momentos agradáveis e carregados de nostalgia pedagógica. Quero dizer com isto, que guardo a educação, o respeito e a amizade de então. Valores que efectivamente tendem a perder-se. Não vou alongar-me nestes comentários, apenas pretendi relembrar que também foram tempos difíceis (naturalmente mais para uns que para outros).
O “peso de então” infelizmente é uma miragem. Neste momento não vislumbro quem apresente argumentação unificadora do povo (e arredores…). Estamos numa encruzilhada, da qual é extremamente difícil sair. Não foi minha intenção, acredite, conectá-la com algum candidato, mas não posso deixar de referir que nos últimos 25 anos (+/-) obra significativa apenas me é possível associá-la a um homem. Também não estou a conectar-me a nenhum candidato, até porque ainda é muito cedo para isso e não tenciono fazê-lo, pelo menos publicamente.
Desejo que as pretensões da nossa terra fiquem salvaguardadas seja lá por quem for.
Estando nós a trocar impressões no Blog “Município de Cannas de Senhorym” mantenho viva esta pretensa ideia.

Fico-me por aqui,
Cumprimentos e saudações

Ana Mafalda disse...

Olá Frankie, ainda bem que respondeu ao meu “post”, descansou-me, estou-lhe muito grata por isso!
Adivinho uma certa sintonia de pensamento, estou certa?

Também eu não pretendo (pelo menos para já) optar por qualquer candidato!
Não conheço todos os cenários, desconheço de todo as equipes, os projectos e até os restantes candidatos, bem vê, seria uma escolha ou uma avaliação deformada!

Como não sou refém de qualquer partido estou também na fase do como diz: “ainda é cedo”, não quero, por agora, tornar a minha a minha escolha ( se e quando esta vier a acontecer) pública!
Afinal o voto é secreto!
Estamos ambos dentro da Lei!

Também eu não consigo recordar qualquer obra de peso que tenha sido feita em Canas nos últimos 20 a 18 anos!!

Apenas obras de pó-de-arroz!!!!!!!!!!!!

Eu explico-me com um caso real. Como moradora na Avenida da Igreja as obras da sua requalificação não me passariam ao lado, mas mesmo que aqui não morasse pensaria exactamente da mesma forma pois considero ser muito sensível aos problemas dos cidadãos em geral, por isso é um caso que me toca em particular e profundamente, porque atravessa um caso de vida que me é muito querido mas que pode até estar horizonte de qualquer um, nós não temos a VIDA nas mãos…não sabemos como vamos ficar!

Faz agora um ano, mais dia, menos dia, iniciaram-se as ditas obras para a requalificação da primeira e durante muiiiiitos anos, única Avenida de Canas … a Avenida da Igreja!

Iniciaram pois a obra com a colocação nos passeios de infra-estruturas no sub solo (penso que para depois passar luz, telefone, cabo TV, etc.).

Posteriormente corrigiram os e rebaixaram os lancis em pontos considerados (não sei por quem!) estratégicos.

Seguidamente colocaram o paralelo (mais pequeno) nos passeios.

Continuaram a obra com o levantamento parcial do paralelo da própria Avenida, junto ao Solar Abreu Madeira e entre os cruzamentos com as Ruas: da Estrada e Dr. Tiago Marques e a Rua do Rossio, aí retiraram-no na totalidade.

A obra foi finalizada com a recolocação “nivelada” do paralelo, onde este tinha sido removido.

Esta obra decorreu durante largos meses!
Só houve celeridade na recolocação dos paralelos e empedramento dos passeios no espaço que decorre entre o Solar Abreu Madeira e a Estrada (salvo seja) do Matadouro para não desvirtuar a Feira Medieval!
Na restante Avenida esperámos e desesperámos!!!
Posto isto, obra feita, até parece que ficou tudo bem!!

Mas lancem um olhar mais atento, perspicaz, sensível, exigente, um olhar que caracteriza um canense, não é preciso ser especialista!

Foram colocadas passadeiras para peões em pontos estratégicos na Avenida da Igreja? NÃO!

Foram colocadas sarjetas para recolher e conduzir as águas pluviais? NÃO!

Foram desviadas as supracitadas infra estruturas por forma a devolver aos passeios maior amplitude para os peões? NÃO!

Foram escolhidos com sensibilidade e competência os materiais mais adequados, nomeadamente para os passeios, sabendo (como sabem) que nesta Avenida residem pessoas com mobilidade muito reduzida, que por aqui passam, periodicamente pessoas idosas, que se dirigem para a Igreja Paroquial (só o adiantado da idade já é revelador das suas dificuldades de locomoção) e que aqui está sedeado o Lar e Centro de Dia Pe. Domingos? NÃO!

Consegue um casal, passear lado a lado percorrendo todos os passeios da Avenida da Igreja? NÃO!

Poderá uma pai ou uma mãe passear o seu filho(a), no carrinho de bebé, percorrendo os passeios da Avenida da Igreja sem que a criança sinta estar num pesadelo, tal é a trepidação? NÃO!

Foram acautelados os acessos às moradias onde residem as pessoas com mobilidade condicionada na Avenida da Igreja? NÃO!

O rebaixamentos nos passeios são facilitadores para quem se desloca em cadeira de rodas? NÃO

Houve um entendimento, uma auscultação prévia, às necessidades quer dos moradores quer dos transeuntes, na Avenida da Igreja? NÃO

Mas creia que as entidades com responsabilidade foram atempadamente e insistentemente, confrontadas com estas questões que agora aqui denuncio!

Concorda comigo que foi uma obra de cosmética, de pó-de-arroz, ainda por cima rasca?!

O que ocorreu na Avenida da Igreja encontra-se por toda a Vila, ou não se faz nada ou a fazer-se, faz-se da forma mais medíocre …o mesmo se observa nas “parcas”obras que são realizadas nas localidades afectas a esta Freguesia … ou ainda pior!

Todos estes e outros acontecimentos levaram-me a reequacionar as minhas posições, também gostaria que as nossas pretensões a sermos Concelho viessem a acontecer, vale-nos o sonho!

Mas sabe, “podem-nos cortar tudo, menos a raiz do pensamento”, não nos resignamos!

Um abraço fraterno.
Mafalda

Maria disse...

Ana Mafalda, em Canas não existia só o Jardim Escola João de Deus. Havia, e há, o Jardim Escola onde eu e centenas de crianças crescemos e aprendemos com pessoas fantásticas. Nenhum de nós esquece as Irmãs Rosa Estrela e a Maria Rosa, a D. Teresinha, a Celeste, a Clarita... enfim, tantas recordações ...

Ana Mafalda disse...

@maria, temos concerteza um desfazamento etário, que me permite dizer-lhe, até porque vivi (vivo) frente à "casa amarela" ou "casa da palmeira" , hoje Lar e Centro de Dia Pe. Domingos, onde inclusivamente tive catequese, que sei bem quando o Girassol começou.

Garanto-lhe que o primeiro Jardim Escola que houve em Canas foi o Jardim Escola João de Deus, que aqui se fixou em 1971 tinha eu 3 anos, frquentei-o até ir para a Escola primária, não havia outro...era opção única para as mães trabalhadoras!

Mas para correcção do friso cronológico, corrijo aqui que na década de 80 já existia o Jardim-Escola Girassol e subscrevo na integridade os elogios que lhe dirige bem como às pessoas que nomeou, também eu as conheço, como deve calcular, a Mª Rosa foi a minha catequista ...

Assim como eu prezo e não esqueço o Jardim que frequentei, os colegas o Viriato, o Rui, a Paula, a Isabel, o Neco( já faleceu), a Tereza, a Vitória, o Augusto( terrível) e tantos outros ( mais novos), são tantas as recordações ... as Educadoras Celene e Brígida, a São, a Piedade, a Eduarda, a Natália!

Estou muito grata pelos momentos que alí passei e por onde também passaram os meus filhos, um MUITO OBRIGADO às suas educadoras, às auxiliares, às da cozinha e ao sr. José Artur!

Bem haja João de Deus.

Atenciosamente
Mafalda

PS - Com a minha idade não era comum andar num Jardim Escola, a residirem ainda em Canas contam-se pelos dedos de uma só mão ...