Canas OnLine

17/09/2006

caso de política

Canas de Senhorim aplaude Justiça
Ministério Público arquiva processos contra apoiantes do movimento autonomista
O líder do Movimento de Restauração do Concelho de Canas de Senhorim (MRCCS), Luís Pinheiro, considerou ontem que o Ministério Público "fez justiça" ao mandar arquivar processos contra 32 seus apoiantes, relativos a manifestações ocorridas em 2004. A pedido do Ministério Público, a GNR tinha identificado pessoas que, em Novembro e Dezembro de 2004, participaram em manifestações para tentar impedir a saída das instalações da Empresa Nacional de Urânio (ENU), naquela freguesia, de camiões carregados daquele minério com destino à Alemanha.Os manifestantes sentaram-se na estrada junto à ENU e cortaram a linha ferroviária da Beira Alta, em Canas de Senhorim. Na base das acções de protesto estava a exigência de que o urânio fosse uma "moeda de troca" para a criação do concelho de Canas de Senhorim, que quer separar-se de Nelas, uma reivindicação com várias décadas. Segundo a edição de ontem do Jornal de Notícias, o Ministério Público "mandou arquivar todos os processos que se encontravam pendentes no Tribunal Judicial de Nelas" contra os 32 "suspeitos de terem agredido, ameaçado, desobedecido, coagido e injuriado vários militares da GNR", a 23 de Novembro e 14 de Dezembro de 2004.Na base da decisão "terá estado o facto de as autoridades não terem conseguido identificar convenientemente os suspeitos dos crimes, agravado pela circunstância de os arguidos se terem recusado a prestar declarações ou simplesmente negado os factos que lhes eram imputados", acrescenta o jornal. "O Ministério Público fez justiça. Veio comprovar que o caso de Canas de Senhorim é meramente político e não um caso de polícia", frisou Luís Pinheiro, em declarações à agência Lusa.O líder do MRCCS, que faz parte do grupo de 32 manifestantes, lamentou que "tenham tentado amedrontar o povo de Canas de Senhorim com os tribunais", congratulando-se por "se poder confiar na justiça portuguesa". Na altura, também o advogado António Marinho defendeu que levar assuntos como este para os tribunais "é instrumentalizá-los ao serviço possivelmente de conveniências políticas que visam provavelmente intimidar as pessoas e dissuadi-las de prosseguir a luta por aquilo que acham justo e necessário para a sua terra".
in PUBLICO .PT

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