Canas OnLine

03/11/2006

Arq. Francisco Keil de Amaral [I]

Francisco Caetano Keil Coelho do Amaral nasceu em Lisboa a 28 de Abril de 1910. Filho de "boas" famílias, passa a infância em Canas de Senhorim (à excepção de dois curtos períodos passados em Luanda devido aos cargos exercido por seu pai), no solar da família paterna, participando na vida da sociedade local que, desde logo, o faz desenvolver uma vivência de forte raiz tradicional beirã que o influencia decisivamente na formação da sua personalidade, cimentando um profundo amor à terra, expressando um portuguesismo que reclamava uma raiz latina e mediterrânea que não mais deixará de proclamar. Depois da 2ª estadia em Luanda, Keil do Amaral e sua família radicam-se em Lisboa a partir de 1921. Faz o liceu em Lisboa e no ano lectivo de 1929/30 ingressa na Escola de Belas Artes de Lisboa. Devido a divergências entre o próprio e alguns dos seus professores da escola, e fruto de um processo disciplinar, pede a anulação de matrícula no seu 2º ano. Irradiado da escola, ingressa no atelier do arquitecto Carlos Ramos. Afirma que foi com este arquitecto que aprendeu a "amar a Arquitectura; a procurar servi-la e aos fins que ela serve, em vez de servir-se dela". Em 1934 é aprovado como aluno externo no Curso Geral de Arquitectura da ESBAL e em 1936 obtém o diploma de arquitecto com a classificação de 17 valores. Em 1936, concorre e ganha o concurso para o Pavilhão Português da Feira Internacional de Paris de 1937, sendo que isto representa uma entrada fulgurante na carreira de arquitecto. Em Paris conhece novas realidades, fazendo várias incursões pelos países vizinhos e também conhece o arquitecto holandês Dudok, com quem aprende a "planificar e a construir para o bem-estar e felicidade do homem comum". Regressa a Lisboa, ingressando nos quadros da Câmara Municipal de Lisboa, cujo presidente à época era o Eng. Duarte Pacheco, colaborando nas obras de urbanização e expansão de Lisboa. Apesar ocupar um modesto lugar na hierarquia da Câmara de Lisboa, Duarte Pacheco, que necessitava de gente nova e dinâmica para concretizar os seus planos, desde logo confia-lhe 3 importantes projectos, todos eles de enorme impacto urbanístico e ambiental - as estruturas de apoio do Parque Florestal de Monsanto; a remodelação e novas estruturas de equipamento para o parque Eduardo VII, incluindo Estufa Fria e um projecto nunca realizado para o alto do parque que seria o Palácio da Cidade; e ainda novos equipamentos e arruamentos para modernizar a Alameda do Campo Grande.
Textos de : Arq. Pedro Gomes e Arq. Pedro da Silveira
Arquitectura Portuguesa

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