Canas OnLine

15/12/2006

Essência

Unidade
por Portuga Suave
Os canenses, ao longo dos últimos trinta anos, sempre demonstraram unidade em torno da luta pela restauração do concelho. Podem divergir na metodologia, criticar procedimentos, discordar no acessório e até cederem a tentações partidaristas que o círculo político onde se inscrevem lhes inspira, mas, se os questionarmos individualmente, não haverá um único que rejeite a essência da causa ou negue essa ambição.O esforço desenvolvido nas últimas décadas e que culminou com o veto presidencial, resultou da participação e da entrega de muitos canenses, muitos deles posicionados em campos políticos opostos, mas que souberam prescindir das suas simpatias políticas, elegendo Canas como partido e os interesses dos canenses como causa maior. Foi este espírito abnegado que uniu a comunidade no propósito de alcançar a autonomia política, resistindo pela força da convicção aos desafios e provocações que esse projecto implicava.Claro que não devemos ignorar que no calor da luta se verificaram entusiasmos exacerbados e excessos desnecessários, internos e externos, que comprometeram o discernimento e o bom senso requeridos neste género de movimentações sociais. Alguns desses comportamentos, estimulados e perpetrados irreflectidamente, fragilizaram a, até então, aparente unidade, e provavelmente, afastaram do processo muitos canenses que pela sua sensibilidade não se reviram naquele esgrimir fratricida.Compete-nos reflectir ponderadamente sobre o futuro, tendo em consideração erros cometidos no passado. É imperativo repensar a nossa atitude para não corrermos o risco de inviabilizar o percurso que, mal ou bem, lográmos alcançar. Esta reflexão não pode ignorar a irreversibilidade do processo, mas, acima de tudo, se efectivamente é nossa pretensão conduzir a “luta” por forma a ser condignamente reconhecida, compete-nos a obrigação da tolerância mútua e o dever da reconciliação, única forma de excomungar controvérsias e contornar desavenças passadas. Assumir a luta política sem excluir nem fracturar.O Movimento (MRCCS) esgota-se nele próprio se não reunir o consenso da população. Também ele, como elemento representativo das ambições dos canenses, deve congregar as diversas sensibilidades e respeitar outras emergentes. São estes pressupostos que importa assegurar para que o projecto de Canas de Senhorim se cumpra. Não separe o homem o que a circunstância juntou.

Portuga Suave escreve no blog

1 comentário:

Anónimo disse...

Palavras sábias