Canas OnLine

21/04/2007

Ser Canense é...


Ser Canense é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!



É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!



É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!



E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!



Se repararem bem no poema de Florbela Espanca (atenção: não Floribela) retrata bem o que é ser Canense... Reparem, entre várias interpretações possíveis, no morder e beijar, no mendigo que dá a quem precisa reconhecendo que há sempre alguém pior que nós. São todos aqueles mil desejos de passeios, ruas, indústrias, concelho, enfim... Desenvolvimento... O condensar tudo num só grito, num misto de indignação e desejo... É ter garra, força e poder nas convicções... É amar Canas de uma forma dolorosa e despojada, é tê-la dentro de nós... É gritar orgulhosamente “Canas de Senhorim”!...



É, ser canense é ser diferente... E já se pode considerar um provérbio a frase:
- Parece que és de Canas!... - Com tudo de mau e de bom que isso comporta!...

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