O Barco
Um Barco navega sozinho
Por mares catastroficamente revoltosos
Ao fundo o marujo vislumbra terra firme,
A terra nova, o final da viagem...
Contra ventos, marés, ondas e trovões o barco,
Com a ajuda de todos
Está mesmo a aproximar-se do cais,
Este lhe prometera há muito um bom abrigo...
Mas tiraram o cais
Traição grande aquela...
Sem cais, não há bom porto
Sem cais, não há comida que nos salve da doença
Sem cais, não se compõem as velas,
Sem cais, não se concertam os mastros
Sem cais, não há água viva
E o vento levo-os para o abismo
E as ondas atiraram-os para a perdição
E os trovões queimaram-lhes as velas
E as marés destruíram-lhes o leme
Um dia o sol voltou a brilhar
Mas o Barco perdeu o Rumo
Mas os homens perderam a força
E de que lhes valeria a força?
Sem velas, sem mastros, sem leme, com fome!...
Marujo sem comer até os ossos do outro come
Um Barco navega sozinho
Pessoas ainda lá estão
Porque afinal, para onde ir?
Já só falta naufragar...
Ou então encontrar um qualquer porto
Para levantar novas velas, novos mastros
E voltar ao mar revolto... Voltar aquele cais
O cais que um dia vislumbraram
Que lhe foi negado, que lhe foi destruído
Atirando-os para a reles perdição da traição...
Mas... Mas, o Barco, por ora, navega sozinho
Sem Rumo, sem destino, um fantasma
Só falta mesmo naufragar!
3 comentários:
Post muito difícil de comentar/acreditar
Uma boa alegoria. Eu quero acreditar que o barco há-de chegar a bom porto.
@Ibotter,
Não há nada para acreditar!... Pode é ser dificil de comentar...
Aquilo que nos custa, pode até nem ser o mais difícil!
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