Carnavalex I
por António
Basta atentar ao número de comentários para percebermos como o carnaval apaixona os canenses. Duvido que em portugal exista alguma localidade onde seja vivido com a intensidade, o prazer e a paixão como em Canas de Senhorim. Se houvesse um qualquer instrumento que pudesse medir a paixão que os canenses nutrem por esta festa pagã, certamente que devia estar equipado com uma ampla escala.
No entanto, nem tudo são rosas, aliás, são mais os espinhos que as rosas.Concordo que o carnaval afrancesado do Rossio de há quase trinta anos atrás foi fantástico, onde o Paço também pontuou bem, mas, não concordo que tenha sido o melhor carnaval de sempre, pelo menos no que diz respeito aos últimos 35 anos, pois, neste período, outros carnavais foram igualmente espectaculares e empolgantes.
Estou farto das discussões anuais em que cada interveniente dá a sua opinião acerca da solução mais adequada para ultrapassar a "organizada" desorganização de que enferma este carvaval há muitos anos. É certo que somos apaixonados pelo nosso bairro mas essa paixão não pode ser tão exacerbada ao ponto de nos cegar. As posições que vêm sendo tomadas por certas pessoas, radicalizando opiniões e atitudes não pode continuar senão, quando acordarem, não haverá ponta por onde pegar e irremediavelmente o entrudo canense estará morto e enterrado ... definitivamente. As tradições devem manter-se mas, numa lógica de modernidade, dando passos largos no sentido de encontrar o equilíbrio necessário para podermos encarar o futuro com um sorriso nos lábios. Consciente que poderei levar na cabeça, assim que tiver disponibilidade partilharei a minha ideia "simplex" para resolver, ou pelo menos tentar, o marasmo em que se caíu.
Jet Lag comentário em "Nem só de política vive o blog"
1 comentário:
Excelente reflexão. Subscrevo perfeitamente, embora tenha consciência que o nosso carnaval vive numa base de improvisação que dificilmente se vergará a qualquer método que lhe queiram impor.
Contingências da rivalidade ou não, o facto é que todos concordamos naquilo que poderia ser melhorado, mas passam-se os anos e fica tudo na mesma. Como alguém diz, não por nós canenses, que vivemos o carnaval por dentro e para dentro e tal basta-nos, mas por Canas, que à boleia desta manifestação ímpar pode projectar para o exterior sinais de identidade cultural e de capacidade associativa a que ninguém, por certo, ficará indiferente.
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