Canas OnLine

16/03/2006

Estreia TeCA_Porto

O que a mim me fascina, e sempre me fascinou, é a nossa infinita capacidade de monstruosidade. E fascinou-me mais até em O Despertar da Primavera, onde os mesmos actores que faziam os adolescentes faziam os papéis dos adultos quase como bonecos. O que mais me agarrou em Plasticina não foram os momentos de violência, mas os pontos de fuga, a portinha que Sigarev deixa entreaberta para explorarmos cenicamente o cérebro, a interioridade de uma pessoa – há aqui uma liberdade imensa para levantarmos uma dramaturgia. (...). A violência não me fascina, mas também não gosto de a disfarçar, não gosto mesmo. Se está lá é para ser vista. Não com o intuito de violentar o público, não partilho desse desejo provocatório de deixar as pessoas mal dispostas com aquilo que estão a ver. Tenho, aliás, um olhar recolhido sobre a violência, e tenho-o na vida também. Ela existe e é um sintoma de mal-estar do corpo, seja ele individual ou social, e os sintomas devem ser encarados a sério, não sobrelevados.
Entrevista a Nuno M Cardoso em http://www.tnsj.pt/
Plasticina de >> Vassili Sigarev _Encenação >> Nuno M Cardoso
[ 16 MAR 2 ABR TEATRO CARLOS ALBERTO Porto
terça-feira a sábado [21:30]domingo [16:00] produção >> TNSJ

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