O Estilo e o Resto
A PRINCIPAL vantagem de José Sócrates reside no estilo. É isso que as pessoas mais facilmente apreendem.Muitas não sabem se algumas das medidas do Governo são boas ou más: o que vêem é o modo como Sócrates age, como fala, como se comporta – e, pelos vistos, apreciam.Embora tenha tido Guterres como seu padrinho político, o estilo de Sócrates tem mais a ver com o de Cavaco.É seco, cortante, às vezes agreste.Enquanto Guterres era redondo e gostava mais de falar do que de fazer, Sócrates é anguloso e faz mais do que fala.Ou, por outras palavras, fala pouco mas decide.
ISTO não significa que decida sempre bem.O Governo tem vindo a fechar maternidades e encerrar serviços públicos no interior do país, concentrando-os nas principais cidades.A medida visa poupar dinheiro – objectivo sempre louvável.Concentrando-se os serviços, o desperdício diminui, reduzem-se as despesas de funcionamento e os custos de pessoal, conseguem-se sinergias, racionalizam-se os gastos.A bancada do Governo aplaudiu sem reservas as medidas – e mesmo personalidades da oposição, como Manuela Ferreira Leite ou António Borges, apoiaram a decisão.Os que, quase a medo, a criticaram, foram acusados de irresponsabilidade e rotulados de opositores sem princípios.No entanto, estavam cheios de razão.
NO ENCERRAMENTO de maternidades e de serviços públicos no interior, o problema principal não é o problema financeiro – é o problema político.O que está em causa não é uma despesa – é uma estratégia.E nessa estratégia é preciso ter em conta que a diminuição de nascimentos e a desertificação do interior do território são dois dos grandes problemas nacionais.Um país onde nascem menos crianças é um país envelhecido e doente – um país sem esperança e sem futuro.E um país desertificado, em que largas áreas são deixadas ao abandono, é um país desequilibrado, que amanhã estará cheio de problemas.
POR ISSO, neste momento, o caminho certo não era fechar maternidades, enviando as grávidas para as grandes cidades ou para Badajoz: era, pelo contrário, favorecer a natalidade, procurando inverter a situação actual.O caminho certo não era fechar serviços na província: era, pelo contrário, fazer tudo para que as pessoas não fugissem do interior, fixando-as nos locais onde vivem, facilitando-lhes a vida, promovendo o emprego.Tudo isso custa dinheiro?Pois custa.Mas é preciso saber onde poupar e onde investir – e, nesta altura, o combate à diminuição de nascimentos e a luta contra a desertificação do interior do país são dois objectivos onde é preciso gastar.O povoamento do território, quando foi feito, custou caro; mas alguém põe em causa o dinheiro gasto?
ACRESCE que uma das missões do Estado é dar à sociedade os sinais certos.Ora dificultar os nascimentos, dificultar a vida no interior, acabar com postos de trabalho nas vilas e pequenas cidades, são tudo sinais errados – que dão a entender que o Governo está resignado com os desequilíbrios que existem e até os favorece e estimula.É preciso dizer mais?
ISTO não significa que decida sempre bem.O Governo tem vindo a fechar maternidades e encerrar serviços públicos no interior do país, concentrando-os nas principais cidades.A medida visa poupar dinheiro – objectivo sempre louvável.Concentrando-se os serviços, o desperdício diminui, reduzem-se as despesas de funcionamento e os custos de pessoal, conseguem-se sinergias, racionalizam-se os gastos.A bancada do Governo aplaudiu sem reservas as medidas – e mesmo personalidades da oposição, como Manuela Ferreira Leite ou António Borges, apoiaram a decisão.Os que, quase a medo, a criticaram, foram acusados de irresponsabilidade e rotulados de opositores sem princípios.No entanto, estavam cheios de razão.
NO ENCERRAMENTO de maternidades e de serviços públicos no interior, o problema principal não é o problema financeiro – é o problema político.O que está em causa não é uma despesa – é uma estratégia.E nessa estratégia é preciso ter em conta que a diminuição de nascimentos e a desertificação do interior do território são dois dos grandes problemas nacionais.Um país onde nascem menos crianças é um país envelhecido e doente – um país sem esperança e sem futuro.E um país desertificado, em que largas áreas são deixadas ao abandono, é um país desequilibrado, que amanhã estará cheio de problemas.
POR ISSO, neste momento, o caminho certo não era fechar maternidades, enviando as grávidas para as grandes cidades ou para Badajoz: era, pelo contrário, favorecer a natalidade, procurando inverter a situação actual.O caminho certo não era fechar serviços na província: era, pelo contrário, fazer tudo para que as pessoas não fugissem do interior, fixando-as nos locais onde vivem, facilitando-lhes a vida, promovendo o emprego.Tudo isso custa dinheiro?Pois custa.Mas é preciso saber onde poupar e onde investir – e, nesta altura, o combate à diminuição de nascimentos e a luta contra a desertificação do interior do país são dois objectivos onde é preciso gastar.O povoamento do território, quando foi feito, custou caro; mas alguém põe em causa o dinheiro gasto?
ACRESCE que uma das missões do Estado é dar à sociedade os sinais certos.Ora dificultar os nascimentos, dificultar a vida no interior, acabar com postos de trabalho nas vilas e pequenas cidades, são tudo sinais errados – que dão a entender que o Governo está resignado com os desequilíbrios que existem e até os favorece e estimula.É preciso dizer mais?
Política a sério _José António Saraiva in "Sol"
http://sol.sapo.pt/
5 comentários:
O que chateia nesta politica é a falta de coragem para assumir o que realmente se quer.
Cidades maiores e com infrastruturas rentaveis, fruto de maior densidade populacional. Com o poder autarquico que temos, que curiosamente agora se queixa de uma lei de finança locais que diz não servir os seus interesses, mas que mais não faz do que a nível local implementar esta politica centralista e que, leva aà desertificação.
Ao menos transformem o resto do país em parque natural. :P
Cumprimentos
Andam os canenses a dizer isso há anos!... Temos de nos resignar?...
parque natural com reserva de índios que não se resignam
Cingab isso nunca! temos que ser pacientes, porque os ventos podem mudar e ficar novamente a nosso favor!Pode estar aqui um sinal.
A solução, embora simplista, parece-me eficaz:
Façam filhos, muitos. Vão ver que as escolas não fecham e as maternidades não são deslocadas, ou então façam como certo presidente de câmara, que recrutou famílias brasileiras e ucranianas com elevado número de descendentes. Na falta de "contributo" da prata da casa, urge uma política de imigração adequada (machos e fémeas com elevados índices de reprodução).
Boas e muitas bicadas
p'ra que as terras não fiquem abandonadas
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