Urgeiriça
O plano de recuperação ambiental da área mineira da Urgeiriça é da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.ª (EDM). Empresa de capitais públicos, é responsável pela elaboração e condução de projectos de recuperação ambiental de zonas degradadas por antigas explorações mineiras abandonadas.
No caso da Urgeiriça, este plano tem uma intervenção vasta, mas visa essencialmente selar por aterro (grosso modo) a Barragem Velha e a Barragem Nova, bem como intervir nas zonas envolventes.
A primeira intervenção, prevista para 2006/2007, destina-se a recuperar a Barragem Velha e inclui obras complementares e envolventes à escombreira e zona industrial, estando anunciada para 2010/2011 a recuperação da Barragem Nova .
Pormenor da vedação já instalada
A Estabilização de Taludes, Selagem e Drenagem da Barragem Velha de Rejeitados da Mina da Urgeiriça e as obras envolventes foram asseguradas através de um investimento de 6.000.000,00 € e compreendem duas fases: A primeira fase já está concluída; a segunda, ainda a decorrer, foi consignada ao Consórcio Oliveiras Empreiteiros S.A. / Construtora Abrantina, S.A.. O prazo de execução previsto é de 450 dias a contar de 23/02/2006 e orça o valor de 4.370.000,00 €. Nesta conformidade, a conclusão desta fase está prevista para meados de Maio de 2007 (ver aspectos técnicos).
A Recuperação Ambiental do sector da Barragem Nova, projectada para 2010/2011, tem previsto um investimento de 8.000.000,00€ (ver aspectos técnicos).
Barragem Nova
Zona Industrial
Embora tardias, estas obras parecem encerrar um capítulo negro da história da Urgeiriça. Uma zona em tempos tão agradável e convidativa ao passeio e ao relaxe, conforme atestam a construção do Hotel da Urgeiriça e a proliferação de quintas e graciosas moradias nas densas matas vizinhas e campos circundantes, viu-se desprovida desse encanto pelo depósito a céu aberto, desmedido e irresponsável, de materiais nocivos para o ambiente e para a população. O declínio da empresa, o abandono das infra-estruturas industriais e dos resíduos radioactivos, ainda veio piorar o já funesto panorama.
Requalificar não se esgota na descontaminação e na confinação das áreas intervencionadas. Na sequência da completa erradicação da radioactividade na zona, circunstância plenamente assegurada pela credibilidade da instituição que assegura os trabalhos, importa devolver a qualidade do espaço envolvente às pessoas, assegurando-lhes qualidade de vida e integração plena.
Todos conhecemos o vazio emocional deixado pela decadência da empresa. A comunidade, que foi próspera e usufruía de uma quantidade de componentes lúdicas e sociais pioneiras à altura, vive agora de memórias, debilitada pela falência da empresa. Ainda me lembro da sala de cinema da Casa do Pessoal, onde pela primeira vez tive contacto com a sétima arte, da frequência elitista do Hotel da Urgeiriça com o seu campo de golf e de ténis, a preferência dos ingleses por este lugar que, à semelhança do Caramulo e outras estâncias pitorescas, era dos mais belos de Portugal. Recordo o campo de futebol e os “Urânios”, os espectáculos e os grandiosos bailes, a entrega de presentes de Natal aos filhos e familiares dos trabalhadores, o teatro, os saraus, a fantástica festa em honra de Sta. Bárbara, padroeira dos mineiros, os diversos campeonatos desportivos nas mais diversas vertentes e modalidades, desde o ping-pong ao xadrez, do futebol ao atletismo. Sei lá, tantas coisas que enchiam de orgulho o bairro da Urgeiriça e que hoje, em parte, ainda acredito serem possíveis de revitalizar.
Mais que lamentar, importa agora, devolver essa beleza às gentes que resistiram à agonia do complexo industrial e que naquele local investiram as suas vidas. Que nele trabalharam e dele herdaram o cenário caótico e as doenças inerentes aos materiais manipulados.
Fala-se de valorizações pontuais, como a construção de um museu. Mas isso não basta. Quando as obras de requalificação estiverem completas, assiste à população da Urgeiriça o direito de reivindicarem para eles um projecto arquitectónico equilibrado que, assente na preservação da natureza e no reaproveitamento e recuperação dos edifícios residuais do complexo, lhes proporcione o futuro agradável que o passado lhes negou.
Requalificar não se esgota na descontaminação e na confinação das áreas intervencionadas. Na sequência da completa erradicação da radioactividade na zona, circunstância plenamente assegurada pela credibilidade da instituição que assegura os trabalhos, importa devolver a qualidade do espaço envolvente às pessoas, assegurando-lhes qualidade de vida e integração plena.
Todos conhecemos o vazio emocional deixado pela decadência da empresa. A comunidade, que foi próspera e usufruía de uma quantidade de componentes lúdicas e sociais pioneiras à altura, vive agora de memórias, debilitada pela falência da empresa. Ainda me lembro da sala de cinema da Casa do Pessoal, onde pela primeira vez tive contacto com a sétima arte, da frequência elitista do Hotel da Urgeiriça com o seu campo de golf e de ténis, a preferência dos ingleses por este lugar que, à semelhança do Caramulo e outras estâncias pitorescas, era dos mais belos de Portugal. Recordo o campo de futebol e os “Urânios”, os espectáculos e os grandiosos bailes, a entrega de presentes de Natal aos filhos e familiares dos trabalhadores, o teatro, os saraus, a fantástica festa em honra de Sta. Bárbara, padroeira dos mineiros, os diversos campeonatos desportivos nas mais diversas vertentes e modalidades, desde o ping-pong ao xadrez, do futebol ao atletismo. Sei lá, tantas coisas que enchiam de orgulho o bairro da Urgeiriça e que hoje, em parte, ainda acredito serem possíveis de revitalizar.
Mais que lamentar, importa agora, devolver essa beleza às gentes que resistiram à agonia do complexo industrial e que naquele local investiram as suas vidas. Que nele trabalharam e dele herdaram o cenário caótico e as doenças inerentes aos materiais manipulados.
Fala-se de valorizações pontuais, como a construção de um museu. Mas isso não basta. Quando as obras de requalificação estiverem completas, assiste à população da Urgeiriça o direito de reivindicarem para eles um projecto arquitectónico equilibrado que, assente na preservação da natureza e no reaproveitamento e recuperação dos edifícios residuais do complexo, lhes proporcione o futuro agradável que o passado lhes negou.
6 comentários:
Excelente trabalho PSuave!
...recordo com muitas saudades da equipa dos uranios da qual fiz parte...bons tempos..
De recordar também os serões no jardim da casa, onde se juntava toda a família - e se eram grandes as famílias da altura - fazendo jogos e actividades culturais numa enorme alegria (e ão era preciso a televisão)
É verdade. O bairro fervilhava de actividade, de crianças, de trabalhadores... enfim, de pessoas. A sua arquitectura geminada tendia a reunir as pessoas... com a liquidação da empresa e a venda das casas em leilão o bairro ficou um pouco descaracterizado, mas ainda assim, acredito que, pela sua localização e, se ao local for aplicada uma recuperação paisagística adequada, pode revelar-se um óptimo local para viver e para investir (comércio, pequenas empresas, turismo). Como eu gostava de ver renascer ali um bairro cheio de vitalidade. E é bem possível!!!
Cumprim.
Tenho verificado que, por acção do fogo (junto à estrada nacional) e de alguma construção (junto à linha e à ida para Carvalhal), o pinhal circundante tem sido muito desbastado. É pena. A vegetação que caracteriza a zona é que lhe dá o encanto. Se continuam a autorizar construção naquela área qq dia nem pinheiros nem cheirinho a eucalipto.
Aproveitando o que disse o Sr. ibotter
EXELENTE TRABALHO Sr. PortugalSuave
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