Leonor Keil
11 Out Feminine Criação de Paulo Ribeiro
Teatro Viriato Viseu
Cinco mulheres e Fernando Pessoa. Um Pessoa no feminino e de saltos altos. As palavras do poeta desafiam as delas, que se deixam perder pelas suas próprias narrativas. A poética do movimento feminino percorre a peça, misturada com o ardor colocado em cada gesto. Neste universo pessoano elas preocupam-se com o cabelo, usam saltos altos, desdenham do homem e dançam, dançam com os corpos que transpiram sensualidade. O movimento é contido, escorreito e desagua num prazer prolongado. E este espaço de sensações é apenas interrompido pela força maior do coreógrafo de colocar as suas criações a rir de si próprias. Feminine explora o imaginário pessoano, desta vez, a partir do olhar de cinco mulheres. A bola de futebol deu lugar aos saltos altos e a energia masculina ao belo estético, que emociona, que marca e não passa.
Direcção e coreografia Paulo Ribeiro Interpretação Elisabeth Lambeck, Erika Guastamacchia, Leonor Keil, Margarida Gonçalves e São Castro Música Nuno Rebelo Assistente do coreógrafo Peter Michael Dietz Co-produção Companhia Paulo Ribeiro, Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest e IGAEM – Centro Coreográfico Galego
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5 comentários:
Inconformista said:
Esta figura-maior das artes plásticas lusas é mãe do célebre Pitum ( do famoso programa de TV "A Cornélia", anos 70). Embora algarvia - narural de Silves em 1904-, a sua ligação a Canas de Senhorim é inequívoca e remonta, pelo menos a 1937, ano do seu casamento com o também famoso Arquitecto Keil do Amaral, pai do actual herdeiro das Casas do Visconde.
A ligação desta artista plástica multi-facetada a à nossa terra é motivo de orgulho para todos os canenses*. Deverá, por isso mesmo, ser tida em conta pelos historia dores em eventuais mnografias sobre Canas!
* Ainda por cima num momento em que os canenses tão carenciados estão de motivos de orgulho, dado o período negro que atravessamos, face ao avanço dos "divisionis
tas", que tudo fazem para sepultar essa LUTA popular, genuína e ancestral!
O coreógrafo Paulo Ribeiro apresentou um “Féminine” envolvente, num Viriato esgotado e salpicado de muitos canenses.
Cinco mulheres, uma Leonor instigante , de fartos recursos, entre o glamouroso e o animalesco, ora subtil ora desvairada, com as outras três bailarinas ao mesmo nível e uma actriz brilhante…, fizeram “desenhos” com o corpo , conflituaram ,“pensaram” um Pessoa inquieto e dançaram.
Inesquecíveis: o final em slow motion e os sapatos (altos) das bailarinas.
Clap! Clap! Clap!
Inconformista, uma pequena correcção:
Leonor Keil, a quem alude o post, é filha do "célebre Pitum", neta de Maria Keil e do Arq. Keil do Amaral...
O seu comentário refere-se, e muito bem, a Maria Keil, avó de Leonor, uma figura incontornável no panorama artístico deste país, à qual o MCdS fez referência em posts anteriores.
@portugasuave
tens razão! A Leonor keil é bailarina, 1ª figura da Companhia de Bailado Paulo Ribeiro sedeada no Teatro Viriato em viseu! É neta da grande Maria Keil e filha do Pitum, petit nom do Arquitecto Keil do Amaral!...
...isto é cultura. Uma equipa sempre atenta. Parabéns pela lição.
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